Biografia e Historia Magistra Vitae : aproximações e afastamentos no Brasil oitocentista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dall'Agnol, Rafael Terra
Orientador(a): Cezar, Temistocles Americo Correa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213433
Resumo: Pereira da Silva (1817-1898) foi um dos historiadores mais profícuos do século XIX. No ano de 1847, ele publica Plutarco Brasileiro. Nessa obra, encontram-se vinte biografias de importantes personalidades que, na sua imensa maioria, viveram durante o período colonial, sobretudo de escritores e poetas. Uma leitura mais detalhada da obra em questão permite depreender que a relação estabelecida com o tempo ali é, em um primeiro momento, caracterizada pela ideia de continuidade entre passado, presente e futuro, em que o passado parece ser o princípio norteador entre os três estratos temporais. Nesse sentido, a biografia, ou em melhores termos, a escrita biográfica torna-se útil na medida em que possibilita o cumprimento de um dever para com os tempos pretéritos. Ou seja, há implícito em Plutarco Brasileiro um sentido moralizante, encomiástico e memorialístico. Com isso, a opção pela biografia, enquanto gênero de escrita, aproximava-se da historia magistra vitae na tentativa de legar à posteridade os feitos dos homens do passado para serem passíveis de imitação no presente. Por sua vez, Um estadista do Império, de Joaquim Nabuco (1849-1910), é publicado no ano de 1898. A obra conta a vida de José Tomás Nabuco de Araújo Filho. Contudo, para além de somente retratar a vida de seu pai, Nabuco também busca traçar um quadro de época, no caso o Segundo Reinado. Ao buscar isso, a obra ultrapassou os limites encontrados pela biografia de dever memorialístico. Esta tese buscar compreender de que modo biografia e história se relacionaram no Brasil do século XIX, tendo como eixo central de análise os trabalhos dos referidos autores. Objetiva-se, por conseguinte, demonstrar que as aproximações entre biografia e história não se estabeleceram por uma única diretriz. A hipótese é que essa mudança, que não se dá de maneira linear e nem progressiva, está associada à própria disciplina histórica, pensada como singular coletivo. Na medida em que a história busca sua autonomia disciplinar e passa por reconfigurações relacionadas ao tempo histórico, a produção de biografias parece indicar uma importante mudança em sua concepção.