Avaliação da capacidade funcional motora em pacientes esquizofrênicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Szortyka, Michele Fonseca Vieira
Orientador(a): Belmonte-de-Abreu, Paulo Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/106761
Resumo: Introdução: A esquizofrenia é um transtorno mental grave e debilitante, que afeta o paciente tanto na sua saúde física como na diminuição de sua capacidade funcional, causando um grande comprometimento ao longo da vida. Apesar de ser possível que o prejuízo em motricidade e prejuízo cognitivo possam representar expressão de um mesmo processo inflamatório sistêmico, pouco se sabe sobre a relação entre motricidade e esquizofrenia. Objetivos: Avaliar a capacidade funcional motora em pacientes esquizofrênicos correlacionando com marcadores inflamatórios, gravidade de doença e tratamento medicamentoso. Métodos: Estudo transversal, por amostra de conveniência, aprovado pelo comitê de ética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Foram recrutados 40 indivíduos com esquizofrenia estabilizada, em tratamento no ambulatório do HCPA. Foi avaliada a capacidade funcional motora através do Teste de Caminhada de 6 Minutos. O nível de significância adotado foi de 5% para todas as variáveis e as análises foram realizadas no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, versão 21.0). Resultados: A amostra foi estratificada por anos de doença através do percentil 25, onde apresentou significância no estado civil apresentando uma maior frequência de solteiros e separados em pacientes com o maior tempo de doença (p=0.022). As médias das variáveis funcionais e clínicas laborais que comparadas com médias populacionais apresentaram significância foram: frequência cardíaca (p=0.004), pressão arterial diastólica e sistólica (p=0.001 e p<0.001), frequência respiratória (p<0.001), Proteína C reativa (p=0.015), borg (p<0.001) e Tc6m em homens e mulheres (p<0.001 e p=0.024). No desempenho funcional e dispneia houve uma correlação com a proteína C reativa (r=-0,369 e r= 0,535). Conclusão: O presente estudo mostrou a associação entre o prejuízo funcional com marcadores inflamatórios, principalmente com níveis elevados de PCR. Alterações clínicas foram associadas como reações adversas a utilização de antipsicóticos, apesar de não ser possível descartar também mecanismos inflamatórios antecedendo ambas as alterações. O prejuízo na capacidade funcional associado com aumento da PCR sugere um paciente com sinais de deterioração maior. Todos achados deste estudo apresentam uma contribuição para o entendimento do processo psicótico e abrem caminho para novas intervenções terapêuticas.