Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Boquett, Juliano André |
Orientador(a): |
Faccini, Lavinia Schuler |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/158219
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Resumo: |
Os genes HLA são os mais polimórficos do genoma humano e suas frequências alélicas variam entre populações de diferentes regiões e etnias pelo mundo. Assim, os genes HLA têm sido usados como marcadores genéticos em estudos de genética de populações e história do povoamento humano. Este trabalho teve como objetivo realizar a caracterização HLA da população gaúcha, visando contribuir no melhor entendimento da ancestralidade e miscigenação da população do Rio Grande do Sul, bem como na efetividade na gestão de programas de transplante de medula óssea. Foi realizado um estudo com dados genéticos HLA de doadores de medula óssea do Rio Grande do Sul (RS), onde foi avaliada a correspondência do perfil HLA dentro e entre grupos étnicos com a autodeclaração de cor de pele – sistema oficial adotado pelo IBGE para caracterização étnica da população. Os resultados indicam que o sistema HLA é um melhor indicador de ancestralidade que a auto avaliação baseada em cor de pele, sendo esta uma ferramenta ineficiente para a caracterização da população. Para a caracterização da variação molecular HLA em diferentes regiões do RS, foram realizadas análises em dados genéticos HLA de mais de 90 mil doadores de medula óssea. Os resultados não indicaram correlação entre a variação HLA e a divisão geográfica oficial definida pelo IBGE no RS. Por outro lado, foram observadas diferenças a respeito da etnia. Além disso, quando comparada com as populações parentais e com dados históricos, a população rio-grandense apresenta maior similaridade genética com suas populações parentais correspondentes. Este estudo apresenta uma caracterização completa da variação genética HLA no RS. Análise espacial e georeferenciamento de dados genéticos HLA e de doenças autoimunes no estado também foram realizadas. Os resultados indicam uma estrutura genética HLA compatível com a história de colonização do RS, onde é possível observar diferenciação entre as regiões que sofreram processo de colonização distintos, como as regiões sudoeste e metropolitana em relação à região central e noroeste. Análises espaciais sobre dados de internação de doenças autoimunes foram realizadas, revelando agrupamentos para artrite reumatoide e doença de Crohn na região centro-oriental do estado e para esclerose múltipla agrupamento na região centro-ocidental. A avaliação da correlação entre a frequência alélica e a ocorrência de doenças autoimunes indicou uma correlação significativa entre o alelo HLA-B*08 e artrite reumatoide. O mapeamento genético de populações tem grande relevância econômica na formulação de campanhas e políticas de saúde pública, contribuindo no planejamento e ajuste de ações clínicas, bem como informar e educar profissionais e público. Nesta pesquisa são apresentados extensivos dados referentes à caracterização HLA da população rio-grandense levando em consideração dados históricos e geográficos. Os resultados aqui apresentados podem ter utilidade na otimização de campanhas de recrutamento de medula óssea bem como contribui com o entendimento do contexto histórico e demográfico do estado do Rio Grande do Sul. As estratégias e ferramentas utilizadas nesta pesquisa poderão servir como base para futuros estudos em outras populações. |