Paleoecologia da flora de Catalão, paleolago Cemitério, estado de Goiás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Cardoso, Nelsa
Orientador(a): Iannuzzi, Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/28626
Resumo: O afloramento Paleolago Cemitério, localizado na mina de fosfato a céu aberto da “Ultrafértil”, município de Catalão, Estado de Goiás, possui depósitos originados pelo preenchimento de uma depressão na parte central do Complexo Carbonatítico de Catalão I, onde sedimentos lacustres compostos por diatomitos, argilitos e esponjilitos, assentam-se discordantemente sobre um domo de rochas magmáticas carbonatíticas do Cretáceo Superior. O acúmulo de frústulas de diatomáceas e espículas de esponjas formou diatomitos espessos, nos quais abundam restos fósseis, os quais caracterizam uma paleoflora local, existente durante o Pleistoceno, em uma região hoje ocupada pelo Cerrado, no Centro-oeste do Brasil. O conteúdo micropaleontológico revelou a presença de esponjas e diatomáceas dulciaquícolas, indicando ambientes lênticos. Restos de vegetais como folhas, frutos e sementes, preservados na forma de impressões, compressões e adpressões indicam associações fossilíferas compostas por dicotiledôneas, fungos, algas e pteridófitas. O presente estudo tem como objetivo a análise da paleoflora do Paleolago Cemitério, visando a reconstrução das paleocomunidades, a determinação das condições paleoambientais e paleoclimáticas vigentes na região durante o Pleistoceno e o entendimento da origem e/ou evolução do Bioma Cerrado. As análises do material ocorreram através de microscopia de fluorescência, polínica e geoquímica, identificação taxonômica e uso da metodologia de Análise de Margem Foliar (LMA) e do Método de Coexistência (CA), os quais auxiliaram na caracterização do paleoclima sob o qual a flora fóssil teria vivido. Os resultados indicaram a existência de fogo pretérito pela presença de fusenita impregnada ao material orgânico das amostras, a presença de mata de galeria no em torno do paleolago, bem como demonstraram que as temperaturas eram diferentes das que ocorrem hoje para a região. Essa flora fóssil representa uma composição vegetacional única, uma vez que não há, atualmente, total congruência na distribuição dos táxons analisados para a região, como acontecia no passado. Por fim, o fogo parece ter tido um papel importante nos ecossistemas pretéritos da região como ainda o tem hoje no “Bioma Cerrado”.