Variação paleosecular e paleointensidade relativa do campo geomagnético no sul do Brasil entre 45 e 3 mil anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lopes, Camila Trindade
Orientador(a): Savian, Jairo Francisco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277554
Resumo: O campo geomagnético terrestre, gerado no núcleo externo fluido, apresentou grandes flutuações no passado, incluindo a ocorrência de excursões e reversões geomagnéticas. Além disso, o campo terrestre apresenta uma feição de baixa intensidade, a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), que pode estar diretamente associada a mudanças do campo interno. Os modelos de campo principal e sua variação secular são amplamente utilizados em estudos sobre a dinâmica das camadas externas do núcleo da Terra. Os dados nos quais os modelos do campo principal se baseiam devem ser da mais alta qualidade e distribuídos da forma mais homogênea possível em todo o mundo. No entanto, os dados globais são provenientes basicamente de registros localizados no Hemisfério Norte. O objetivo desta Tese é estudar a variação paleosecular (PSV) do campo geomagnético em quatro testemunhos de sedimentos localizados em uma região com pouquíssimos registros paleomagnéticos. Os testemunhos de lago PT-04 e PT-06 coletados no sul do Brasil, foram datados em um período que corresponde ao Holoceno recente, de ~4541 a ~3320 anos atrás. Os testemunhos marinhos SAT-048A e SIS-188, coletados no oeste do Atlântico Sul, foram datados em um período entre o Pleistoceno recente e o Holoceno médio, de ~46500 a ~5450 anos atrás. Os parâmetros magnéticos monitorados nos quatro testemunhos indicaram uma boa preservação do campo paleomagnético, comprovando a confiabilidade de estudos sobre o campo geomagnético em sedimentos. A paleointensidade relativa observada nos quatro testemunhos mostra semelhanças com outros registros da América do Sul e de regiões oceânicas próximas, além de coincidir com predições de modelos geomagnéticos para a região. Isso se dá, principalmente, pela baixa variação da mineralogia magnética ao longo do testemunho, composta principalmente por magnetita. Nos dados do Atlântico Sul foram identificadas variações marcantes na inclinação e paleointensidade relativa, possivelmente associadas à excursão Laschamp. As curvas da PSV construídas a partir de amostras dos testemunhos coletados no sul do Brasil indicaram uma provável associação à presença da AMAS. No entanto, é importante enfatizar que os dados disponíveis para essa região ainda não são suficientes para tirar conclusões mais definitivas.