As marcas próprias como estratégia competitiva do varejo supermercadista : um estudo sobre a experiência brasileira recente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Quevedo, Ananda Barboza
Orientador(a): Henkin, Helio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/49821
Resumo: Acompanhando a evolução dos meios de comunicação, as marcas da indústria ganharam força e popularidade, conquistando a confiança dos consumidores. Assim, as marcas de fabricantes consolidaram-se durante o século XX, simbolizando qualidade e status. Enquanto a indústria fortalecia a imagem das suas marcas junto aos consumidores, o poder de negociação do varejo decaía. No entanto, durante a década de 1970 o varejo iniciou um processo de transformação. Sua consolidação e internacionalização contribuíram para o aumento do seu poder de barganha frente às grandes indústrias. Em razão dos grandes volumes negociados o grande varejo passou a ser o principal veículo de distribuição dos produtos fabricados pela indústria. Inicia então uma relação de rivalidade entre a indústria e varejo. Diversas estratégias foram colocadas em prática pelo varejo de alimentos com o objetivo de ganhar competitividade frente aos concorrentes. O desenvolvimento de marcas próprias merece destaque em função da sua abrangência e disseminação no mundo. Diante desse cenário, o trabalho propõe um estudo sobre o desenvolvimento de marcas próprias, sob a perspectiva dos diversos agentes envolvidos: varejo supermercadista, indústria e consumidores. Logo, seu principal objetivo é apresentar informações atualizadas sobre o setor de marcas próprias no Brasil e no mundo, identificar os fatores que podem motivar ou restringir o seu desenvolvimento, analisar os possíveis efeitos e impactos da estratégia de marcas próprias sobre os seus agentes e identificar as forças competitivas envolvidas na indústria de marcas próprias. A Europa é a região onde as marcas próprias têm maior desenvolvimento e mantêm a sua participação consolidada no varejo. Um dos fatores que contribuem para a grande participação das marcas próprias no faturamento das redes supermercadistas instaladas na Europa é a alta concentração de mercado. Conforme as escalas sugeridas Bain (1968) e pelo governo dos Estados Unidos, no Horizontal Mergers Guidelines, de 1992, a concentração do setor supermercadista brasileiro calculada para o ano de 2010 é moderada. De acordo com último estudo de marcas próprias publicado pela Nielsen, a participação das marcas próprias representou 4.8% do faturamento das redes em 2010. Utilizando informações publicadas em trabalhos anteriores foram identificados os efeitos e impactos do desenvolvimento de marcas próprias, distinguidos como verticais e horizontais. Os impactos verticais envolvem os fornecedores, indústria e consumidores. Os impactos horizontais envolvem o varejista que desenvolve marcas próprias e as redes concorrentes. De acordo com literatura consultada foi possível identificar que os fatores motivadores para o desenvolvimento de rótulos privados são tão representativos para o varejo quanto para as empresas fabricantes. No entanto, em função do poder que as grandes redes exercem sobre a indústria, os reflexos negativos da estratégia de marcas próprias podem representar um risco muito maior para os fabricantes de marcas próprias do que para os varejistas.