Salve o dia entre todos o mais belo : educação religiosa e fotografias de primeira comunhão na década de 1940 (Porto Alegre/RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Magueta, Rita de Cássia de Matos
Orientador(a): Possamai, Zita Rosane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/131142
Resumo: Esta Dissertação de Mestrado se propôs a observar duas práticas: a fotográfica e a preparação para primeira comunhão, no âmbito da História da Educação. A questão que norteou a pesquisa procurou investigar como a fotografia cria uma representação do corpo religioso educado pelas práticas de preparação à primeira comunhão, na década de 1940. Constitui objeto empírico um álbum com retratos fotográficos de primeira comunhão, produzido por uma religiosa da congregação das Irmãs de São José e localizado no Memorial do Colégio Sevigné, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Para tentar responder à questão, destinei um capítulo à fotografia, no qual apresento uma pequena história deste artefato e uma mirada ao circuito social da fotografia na cidade. A respeito das questões técnicas, destaco a produção de retratos em estúdios fotográficos a partir de manuais, de meados do século XIX até a década de 1940. Na medida do possível, faço referência a esses apontamentos nos retratos do corpus documental. O segundo capítulo foi destinado à cerimônia da primeira comunhão, tanto como um ritual religioso quanto como um ritual de passagem. Observo representações pictóricas de crianças para abordar as representações de primeira comunhão. Em diferentes impressos católicos, destaco os ensinamentos relacionados ao corpo na educação e liturgia católica. No último capítulo, analiso e descrevo os artefatos, álbum e retratos. Sobre o álbum, uma reflexão a respeito os escritos presentes em suas páginas. Sobre as fotografias, utilizei a quantificação de descritores a partir de uma grade interpretativa elaborada para observar os aspectos do espaço e dos sujeitos fotografados. As recorrências nesses descritores oportunizaram uma reflexão sobre a educação do corpo. Discuto o conceito de imagem, de habitus, de ritual, de coleção, de representação e de cultura fotográfica. Quanto ao aporte teórico, me baseei nos pressupostos de Michel de Certeau e Arlete Farge a respeito da operação historiográfica; sobre o conceito de habitus, emprego as concepções de Pierre Bourdieu; Roger Chartier embasa a respeito dos conceitos de representação e protocolos de leitura. Na perspectiva de abordagem da fotografia e cultura visual, me embasei nos pressupostos teóricometodológicos de Michel Frizot, Philippe Dubois, Ulpiano Bezerra de Meneses, Ana Maria Mauad, Alexandre Santos e Zita Possamai. Além do álbum, utilizei como corpus documental da pesquisa diversos manuais de fotografia; uma série de impressos católicos, como catecismos, Carta Episcopal, periódicos; livro de memórias de ex-alunas e da congregação; relatório das religiosas; e publicações específicas sobre a cerimônia. Representações capturadas pela camada fotossensível, os retratos dão a ver a cerimônia da primeira comunhão através do aparato simbólico que as concerne. Concluo que imersos em habitus, o corpo capturado pela fotografia, socialmente educado, incorpora a moral católica ao mesmo tempo em que emprega poses e gestos da cultura fotográfica. O álbum, neste sentido, é uma coleção de corpos educados, ou seja, de retratos de primeira comunhão ofertados às catequistas do Colégio Sevigné.