Mito, repetição e ruptura na obra de Franz Kafka : uma reflexão sobre os gestos e os sons

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rizzatti, Luísa Osório
Orientador(a): Caimi, Cláudia Luiza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Som
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/226004
Resumo: A obra de Franz Kafka apresenta uma notável repetição de temáticas, de elementos e de situações bastante recorrentes, independentemente do gênero literário de cada texto. Ademais, a circularidade se faz presente na constituição mental das personagens e na construção da forma narrativa. Seus enredos não se desenrolam de acordo com uma lógica tradicional de uma progressão com começo, meio e fim. Com esses elementos, Kafka constrói uma espécie de trajetória mítica, em que a repetição e a situação de “nunca chegar” ocupam um lugar central. Mas Kafka não caiu, de fato, na sedução do mito. Por isso, o objetivo da dissertação é investigar e compreender como Kafka produz uma ruptura na aparente construção mítica e circular das suas narrativas através dos gestos e dos sons, que são elementos repetidos em sua obra. Para tanto, buscamos um aprofundamento teórico para percorrer discussões sobre mito e linguagem, repetição, gesto e som. O fio condutor de todo o embasamento teórico foi a filosofia de Walter Benjamin. Também buscamos debater com o pensamento de Friedrich Nietzsche, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Theodor Adorno, Max Horkheimer, Ernst Cassirer, Mircea Eliade, Georges Didi-Huberman e José Wisnik. Na sequência, analisamos nove textos de Franz Kafka, promovendo um diálogo comparado entre eles, com o intuito de entender como funcionam as repetições gestuais e sonoras, além de detectar as semelhanças e diferenças em cada obra. Ao final de tudo, uma das grandes percepções que a pesquisa nos trouxe foi de entender que a repetição possui um potencial enorme de ruptura, sendo capaz, inclusive, de romper com outras repetições.