Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Borgonhi, Ellen Mello |
Orientador(a): |
Kessler, Felix Henrique Paim |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/239049
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Resumo: |
A Cannabis é a terceira substância mais utilizada em todo o mundo depois do álcool e do tabaco. O uso crônico de Cannabis está associado a alterações no sistema nervoso central (SNC) e no sistema endocanabinóide endógeno (SEE), comprometimento cognitivo e alterações motivacionais, principalmente quando o início de consumo ocorre na infância e adolescência quando há maior vulnerabilidade aos seus efeitos. No que tange aos usuários de crack, em sua grande maioria, relatam o uso de mais de uma substância, sendo a cannabis uma das drogas mais utilizadas por essa população. Neste sentido, artigo 1 avaliou a precocidade do uso de cannabis para desfechos acerca da progressão do uso de outras SPAS em usuários de crack, em 312 usuários de SPAs, tendo como droga principal o uso de crack. Os resultados apontam que a idade de início do uso de cannabis, álcool e nicotina são semelhantes, seguidas da cocaína aos 17 anos e finalmente do crack aos 21 anos. A idade do primeiro uso de cannabis esteve associada à idade do primeiro uso do crack (p <0,001) e também aos anos de uso regular desta SPA (p <0,01). O número de tratamentos (-0,114 IC 95% -0,603; -0,005 p = 0,046) e a idade do primeiro tratamento (0,13 IC 95% 0,040; 0,608 p = 0,026) apresentaram coeficientes mais baixos, assim como o escore de gravidade do instrumento ASI6 ( -0,017 IC 95% -0,244; -0,177 p = 0,756). Nossos resultados sugerem que a idade do primeiro uso de cannabis foi semelhante à das substâncias lícitas, sendo um preditor para o consumo prematuro e prolongado de outras SPAs, o que pode estar relacionado à gravidade da dependência e menor adesão terapêutica. Nesse contexto, estratégias preventivas psicoeducativas e com terapêuticas mais comportamentais talvez possam promover maior efetividade na melhora clínica, visto estudos anteriores reformulados, essa amostra como se apresenta mais deficitária em questões cognitivas como flexibilidade e controle inibitório. Houve um aumento do consumo de substâncias durante a pandemia de COVID-19. Entretanto, o uso abusivo pode acarretar na perpetuação do sofrimento psicológico, além de desencadear sintomas e transtornos psiquiátricos. O artigo 2 desta dissertação buscou realizar uma revisão breve a partir da literatura científica em relação a população que faz uso de cannabis e seu comportamento durante a 9 pandemia de COVID-19 e demonstrou também os riscos ao organismo decorrentes de seu consumo, além do possível aumento de morbimortalidade, em caso de comorbidade com essa grave infecção viral. Os resultados desse estudo demonstraram que, embora não incluídos como grupo de risco nas recomendações globais de saúde, os usuários de cannabis podem ser mais vulneráveis ao contágio e a piora do seu quadro clínico devido à infecção por covid-19, o que pode ser explicado tanto pela ação da SPA sobre o SNC e sistema imunológico, bem como devido ao método de uso que essa substância é utilizada. Além disso, o comportamento dos usuários de cannabis pode torná-los ainda mais vulneráveis à infecção por SAR-CoV-2. |