Avaliação do uso do sistema de frequência modulada (FM) por usuários atendidos em serviço de alta complexidade em saúde auditiva em hospital de referência em Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Saltiél, Débora Ruttke Von
Orientador(a): Costa, Sady Selaimen da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202523
Resumo: Introdução: No Brasil, no ano de 2013 a Portaria 1.274 incluiu o procedimento de sistema de frequência modulada pessoal (FM) na tabela de procedimentos, medicamentos, órteses, próteses e materiais especiais (OPM) do SUS. A principal indicação clínica para uso do sistema FM é o paciente ser estudante matriculado no ensino fundamental ou médio, ter idade mínima de 5 anos e máxima de 17, apresentar deficiência auditiva sensorioneural de grau leve, moderado, severo ou profundo. A prescrição do kit de sistema FM à criança/adolescente com perda auditiva é utilizada como complemento da adaptação dos aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) ou do implante coclear (IC). O sistema FM tem como principal objetivo melhorar a compreensão do sinal/fala em ambientes ruidosos, reverberantes e quando a fonte sonora está distante. Objetivo: Analisar o uso do sistema FM por crianças e adolescentes com perda auditiva e usuários de prótese auditiva e/ou implante coclear atendidos em hospital universitário terciário. Metodologia: Foi aplicado um questionário em forma de entrevista através de contato telefônico, cujas questões foram retiradas do questionário “FM Listening Evaluation for children”, traduzido e adaptado para a língua portuguesa por JACOB et al. (2010) e denominado “Avaliação do Sistema FM”, e outras três perguntas elaboradas pelos pesquisadores. O projeto foi aprovado pelo CEP da instituição. Resultados: Pelas informações dos 87 pais/responsáveis entrevistados, verificou-se que o uso do sistema FM era feito por apenas 39 (44,8%) pacientes, o restante dos entrevistados (55,2%) referiram que os pacientes não usavam o dispositivo, apesar de o possuírem. Observou-se que os usuários de IC usavam o sistema FM mais horas/dia em comparação aos usuários de AASI (p=0,002). O principal motivo mencionado por 34% dos pais/responsáveis está relacionado ao fato de os pacientes terem recebido novos aparelhos auditivos e/ou novos implantes cocleares incompatíveis com a tecnologia obtida anteriormente (p=0,043). No que se refere a sugestões dos entrevistados, verificou-se que 25% deles gostariam que as orientações melhorassem (p=0,041). Com relação a opinião sobre o maior benefício do sistema FM, 56,4% afirmam que ‘melhora a compreensão’ e 20,5% que ‘diminui o ruído’. Sobre as maiores mudanças percebidas na criança/adolescente devido ao uso do sistema FM, 38,5% referiram: ‘melhorou a atenção’ e 28,2%, ‘melhorou o aprendizado’. Conclusão: Evidenciou-se que 55,2% dos pacientes cujos pais/responsáveis foram entrevistados não fazem uso do sistema FM, apesar de possuí-lo. Os principais motivos do não uso relacionam-se ao fato de terem recebido novos AASI e/ou IC incompatíveis com a tecnologia do sistema. Os pacientes com IC usam o FM de forma mais efetiva (diariamente). Os pais/responsáveis dos sujeitos que não fazem uso da tecnologia gostariam que as orientações melhorassem. A escola foi considerada o maior desafio enfrentado pela família.