O jornal Zero Hora e seus leitores no contexto de convergência jornalística

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lindemann, Cristiane
Orientador(a): Gruszynski, Ana Claudia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/100146
Resumo: A pesquisa identifica e analisa as transformações dos espaços do leitor decorrentes da convergência jornalística na redação do jornal Zero Hora (ZH) delineando novos elementos, práticas e configurações que derivam da inserção das audiências na produção jornalística institucionalizada. A publicação estudada ocupa a posição de líder em circulação no Rio Grande do Sul e sexta no Brasil e é editada pelo maior conglomerado de mídia do Sul do país, o Grupo Rede Brasil Sul de Comunicação (RBS). Partimos do pressuposto de que a convergência jornalística refere-se a um processo de integração dos modos tradicionalmente separados de comunicação, que afeta as empresas, as tecnologias, o público e os profissionais em todas as fases de produção, distribuição e consumo de conteúdo. Os procedimentos metodológicos adotados abrangeram a pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, entrevistas, observação participante e análise de conteúdo. Com base nos valores de legitimidade do campo jornalístico e no atual quadro de convergência, avaliamos as mudanças ocorridas não apenas na redação e nos produtos, mas também no âmbito da gestão empresarial e editorial, considerando infraestrutura organizacional e tecnológica. Analisamos a articulação entre as tensões que se estabelecem em função do jornal ser um produto institucional, comercial e editorial, problematizando a inserção da audiência no newsmaking. Verificamos que a participação significativa dos leitores se dá nos espaços institucionalmente demarcados para eles – 63% das intervenções do jornal impresso na página Do Leitor e 71% das intervenções do jornal digital na seção Participe –, do que inferimos, com base na triangulação dos dados levantados, que o interesse maior é de fidelização do público e não da sua inserção na produção de conteúdo informativo. Constatamos que as ações que visam promover a participação da audiência partem do âmbito da gestão para os profissionais da redação, em um movimento vertical e hierarquizado, o que não favorece a percepção de que os leitores possam ser compreendidos como atores, de fato, no processo produtivo.