Diversificação de commodities no uso da terra na agricultura do Estado do Paraná, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Watanabe, Melissa
Orientador(a): Dewes, Homero
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/19106
Resumo: As civilizações humanas iniciaram o seu desenvolvimento a partir do uso da terra nas atividades agrícolas. Esse uso da terra na agricultura está condicionado às questões biofísicas, atividades socioeconômicas e contextos culturais das populações da qual dependem. O Estado do Paraná tem se apresentado com uma agricultura forte e vinculada diretamente às principais commodities agrícolas mundiais com uma produção agrícola diversificada, que espelha a evolução dos agronegócios do Brasil. O presente estudo busca analisar a evolução das principais culturas agrícolas do Estado do Paraná de 1996 a 2006 e relacioná-las aos fatores reconhecidos como determinantes do uso da terra, estimando a repercussão desse uso nas respectivas condições socioeconômicas prevalentes nos municípios. Observou-se que as culturas agrícolas da soja, milho e trigo apresentaram ampliação de áreas principalmente em regiões de solos mais férteis. O café teve uma significativa retração em área, principalmente nas regiões mais a noroeste do Estado, mas, em contrapartida, a cana-de-açúcar apresentou uma grande expansão, principalmente nas regiões próximas a Maringá e Paranavaí. As áreas de pastagens no Estado do Paraná sofrem retração ou aumento em decorrência das oportunidades de mercado que as principais commodities apresentam. As matas e florestas, em 1996, apresentavam-se mais concentradas na região sudeste do estado, e, observou-se que, em 2006, esta concentração foi diminuída e suas áreas tornaram-se mais presentes em todo o Estado do Paraná. Após, calculou-se o Índice de Diversificação das Commodities Agrícolas (IDCA) e o Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) para cada município do Estado do Paraná nos anos de 1996 e 2006. O IDCA apresentou maiores valores nos municípios das regiões do estado apresentando solos mais férteis e sem uma grande restrição climática. De 1996 para 2006, houve um aumento de 9,6 % nos valores médios de IDCA no estado, mostrando, assim, um aumento de sua diversificação. O Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) apresentou-se de uma forma homogênea, o que mostra uma ausência de regiões com maior ou menor desenvolvimento, nos anos de 1996 e 2006. A correlação entre o IDCA e o IDM revelou-se baixa, mostrando uma ausência de relação direta entre a diversificação das commodities agrícolas nos muncípios, IDCA, e seu respectivo desenvolvimento municipal, IDM. Após esta análise, separou-se o Estado do Paraná em duas regiões edáficas distintas: a região A que apresenta solos, em sua maioria, de origem sedimentar ou metamórfica e a região B com solos basálticos, reconhecidamente mais férteis. Com o teste de diferença mínima significativa (5% de nível de significância) nas médias dos indicadores IDCA e IDM entre as regiões A e B, observou-se diferença entre médias para o IDCA e uma igualdade para o IDM. A produção das commodities agrícolas paranaenses responde aos mercados internacionais influenciados pela oferta e demanda mundiais e pelos seus respectivos preços e cotações internacionais. Os incrementos verificados no indicador de diversificação agrícola utilizado sugerem que, na última década, ocorreu um aumento da resiliência do Estado do Paraná frente às oscilações do mercado.