Evolução cromossômica de espécies do gênero Ctenomys

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Thays Duarte de
Orientador(a): Freitas, Thales Renato Ochotorena de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/254194
Resumo: Ctenomys, popularmente conhecido como tuco-tucos, é o gênero mais especioso entre os roedores subterrâneos, cerca de 65 espécies. Entre os mamíferos, Ctenomys é o grupo com a maior variação cromossômica, com números diploides variando de 2n=10 para C. steinbachi, à 2n=70 para C. pearsoni e C. dorbignyi, além de variações intraespecíficas, C. minutus (2n=42 à 50) e C. lami (2n=54 à 58). No Brasil, são descritas oito espécies de Ctenomys: Ctenomys bicolor (Rondônia), Ctenomys rondoni (Mato Grosso), Ctenomys nattereri (Mato Grosso), Ctenomys flamarioni (Rio Grande do Sul), Ctenomys lami (Rio Grande do Sul), Ctenomys minutus (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), Ctenomys ibicuiensi (Rio Grande do Sul) e Ctenomys torquatus (Rio Grande do Sul). Todas as espécies do Sul do Brasil possuem descrição cariotípica e padrão de bandeamento, sendo C. minutus e C. lami, espécies irmãs e que possuem a maior variação cariotípica intraespecífica. Apesar de muitos trabalhos descrevendo os diferentes cariótipos, estudos utilizando citogenética molecular são incipientes e ainda não se tem claro como os mecanismos de especiação cromossômica podem influenciar a diferenciação destas espécies. Enquanto as espécies do Centro-oeste e Norte, apenas C. bicolor possui a descrição do seu cariótipo (2n=40), assim carecem de informações e comparações entre as espécies destas regiões. Sabendo-se destas lacunas o objetivo desta tese foi contribuir no desenvolvimento do conhecimento sobre mecanismos de evolução cromossômica, por meio de diferentes abordagens de análise, aprofundando o conhecimento sobre a organização genômica e cromossômica nas espécies do gênero Ctenomys presentes no Brasil. Para isso, além de uma revisão dos dados citogenéticos do gênero, foram utilizadas métodos de citogenética clássica (NORs, Banda-C e G) e citogenética molecular (FISH – hibridização in situ fluorescente), com diferentes conjuntos de sondas de DNA (de cromossomos inteiros, microssatélites e elemento transponível) em espécies com ocorrência no Brasil. Empregando a técnica de FISH utilizando sondas de microssatélites e elemento transponível (L1) em diferentes citótipos de C. minutus, identificamos o papel das sequências repetitivas na variação cariótipica desta espécie, mostramos que diferentes citótipos apresentam diferenças no padrão de distribuição e na quantidade de sinais para as diferentes sondas. E utilizando sondas de cromossomos inteiros de C. flamarioni, realizamos a pintura cromossômica em diferentes citótipos de C. minutus e C. lami, identificamos os rearranjos intracromossômicos que ocorrerem entre os diferentes citótipos da mesma espécie e as homeologias entre as três espécies. Utilizando estas abordagens de citogenética clássica descremos dois cariótipos para espécies do centro-oeste, além dos padrões de heterocromatina, NORs e bandeamento G para C. bicolor, C. nattereri e C.sp. “xingu” e C. sp “central”. Assim, descrevemos os possíveis rearranjos ocorridos para diferenciação dos cariótipos destas espécies. Essas evidências encontradas demonstram como o gênero Ctenomys é um ótimo modelo para entender evolução cromossômica e os mecanismos de especiação cromossômicas.