Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1989 |
Autor(a) principal: |
Marcolin, Eliana Holmer |
Orientador(a): |
Biaggio, Angela Maria Brasil |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/198820
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Resumo: |
Esta investigação constitui-se de um estudo do tipo correlacional a respeito da interação professor-aluno, com o objetivo de caracterizar o estilo democrático de ensinar. Foram as seguintes as principais variáveis correlacionadas: - qualidade de interação professor-aluno. - as bases de poder identificadas na referida interação. - níveis de maturidade de julgamento moral do professor. As principais hipóteses testadas foram: H1 – “Existe correlação positiva e estatisticamente significativa entre escores de maturidade de julgamento moral (Kohlberg ) e estilo democrático de ensinar.” H2 – “A influência autoritária está diretamente relacionada a comportamentos verbais e/ou não verbais que sugerem punição ou recompensa”. H3 – “O professor de estilo autoritário orienta seu trabalho para a informação do conteúdo, propriamente dito, percebendo este como mais importante do que o aluno”. H4 - “O professor de estilo democrático utiliza os diferentes tipos de poder de forma variada, com predominância do poder de informação e referência”. De acordo com a H2, esperava-se que o professor de estilo autoritário utilizasse comportamentos verbais e / ou não verbais de caráter punitivo com mais frequência do que os de estilo democrático. Em relação às hipótese 3 e 4 foram utilizadas as frequências e respectivas análises para o estabelecimento de comparações entre as categorias de professores (A) e (B),ou seja, professores de estilo autoritário e professores de estilo democrático, a fim de testar as referidas hipóteses. A principal constatação é de que, na verdade,existe uma concentração maior , em termos de quantidade, no poder de informação (Ic), isto é, informações a respeito do conteúdo propriamente dito nas situações interativas dos professores do tipo (A) ou de estilo autoritário, enquanto os professores com tendências democráticas de ensinar, distribuem o poder de informação (Ic) de modo mais equilibrado entre este e os demais tipos ou categorias de informação, tais como as informações sobre modos de atuação (Im), informações sobre alunos (la) e Informações extras (Ie). Os sujeitos desta pesquisa foram 10 professores de 7º e 8º séries de 1º grau e 88 alunos das respectivas séries, todos eles adolescentes e pertencentes a uma escola publica da rede estadual de nível sócio-econômico médio. Como instrumentos foram utilizados: 1) a escala de Diferencial Semântica de Osgood (1967), aplicada aos alunos com o objetivo de obter uma medida da qualidade da interação professor/aluno do ponto de vista da percepção do aluno; 2) a observação com registro descritivo das aulas e respectiva análise de conteúdo dos comportamentos verbais e não verbais evidenciados na situação interativa a fim de identificar as bases de poder, conforme French e Raven(l959) que caracterizam o estilo interativo do professor; 3) três dilemas de Kohlberg (1979) aplicados aos professores, com o objetivo de obter o nível de maturidade de julgamento moral dos mesmos (MMS); 4) entrevista aberta com alunos e professores e respectiva análise de discurso segundo método fenomenológico. Para o teste das hipóteses principais, ou seja H1 e H2, foi utilizada a correlação de Pearson e os resultados foram os seguintes: a) correlação entre escores de maturidade de julgamento moral (MMS) e as médias obtidas com a aplicação da (DS) , ou seja, Escala de Diferencial Semântica aos alunos foi 0,65 (p < 0,01). b) correlação entre os resultados da (DS) Esca1a de Diferencial Semântica e as frequências do poder punitivo foi -0,77 (p < 0,0l). Com os resultados obtidos, ficaram confirmadas as hipóteses (1) e (2) e as principais evidências foram: de que os professores que possuem estilo de interação com características democráticas estão com nível de maturidade de julgamento moral acima dos estágios 1 e 2, isto é, atingem os estágios 3 e 4 de julgamento moral (Moral convencional ) ,tendo alcançado médias mais altas no instrumento de avaliação do aluno, ou seja, na Escala de Diferencial Semântica (DS). Não houve no entanto, incidência dos estágios 5 e 6 que correspondem ao nível de moral pós-convencional. Quanto à interação efetiva em classe com os alunos, os professores cujos comportamentos verbais e/ ou não verbais evidenciam menor frequência de poder punitivo são aqueles que os alunos mais admiram e respeitam. Como conclusão, cabe ressaltar a importância da maturidade de julgamento moral a nível de professor, a fim de que seu relacionamento com os alunos em situação de interação pedagógica possa efetivar-se de modo mais humano e democrático com um sentido educativo em que valores sejam, não apenas percebidos, porém cultivados de modo a favorecer um processo de ensino-aprendizagem reflexivo e crítico . |