Fauna echinodermata de Santa Catarina, Brasil : levantamento faunístico e características populacionais de Echinaster (Othilia) brasiliensis Müller & Troschel, 1842

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Slivak, Nataly Nunes
Orientador(a): Romanowski, Helena Piccoli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/143883
Resumo: Os costões rochosos refugiam inúmeras espécies de grande importância ecológica e econômica e, por esse motivo, são um dos ambientes da zona costeira mais produtivos. Em consequência da limitação de substrato, a grande diversidade de espécies presentes em costões implica em fortes interações biológicas como a existente ao longo do gradiente de profundidade. Nestes ambientes um dos mais importantes e frequentes grupos encontrados, são os equinodermos. O filo possui cerca de 7.000 espécies recentes e 13.000 espécies fósseis. O filo é predominantemente marinho e ocupa diversos tipos de substrato, adaptando-se para se fixarem a substratos rochosos, lodosos, arenosos, em madeira submersa ou em epibiose. Uma das principais classes do grupo, é aquela que representa as estrelas do mar, Asteroidea, dentre as espécies conhecidas Echinaster (Othilia) brasiliensis é a mais conhecida no Brasil, apesar disso poucos estudos a respeito de sua biologia e ecologia foram até hoje publicados. Nas comunidades marinhas os equinodermos desempenham importantes papéis ecológicos, atuando na reciclagem de nutrientes e nos processos bioerosivos e muitos no controle das densidades populacionais de suas presas. No Brasil existem cerca de 340 espécies de equinodermos, pelo menos 19 delas estão no livro vermelho da fauna ameaçada, sendo estas pertencentes às classes Asteroidea (14), Echinoidea (três) e Holothuroidea (dois). Há registro de 40 espécies de equinodermos distribuídos ao longo do litoral e ilhas costeiras de Santa Catarina. Poucas publicações sobre o grupo estão disponíveis para o estado. Assim como no Brasil, também em Santa Catarina, há uma alta proporção de espécies em risco: das 40 espécies citadas para o litoral catarinense, 16 estão presentes na Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina. Pela falta de publicação disponível no estado de Santa Catarina a respeito do grupo, em especial a espécie E. brasiliensis, e por uma lista atualizada das espécies presentes de equinodermos, é que se objetiva este estudo. Através do levantamento bibliográfico (Capítulo I) foram obtidos registros de 47 espécies de equinodermos, distribuídas em cinco classes e 25 famílias distribuídas ao longo do litoral catarinense. Os ofiuróides foram a classe com maior número de espécies (21 espécies), seguida de asteroides (13 espécies), equinoides (dez espécies), holoturoides (duas espécies) e crinoides (uma espécie). Destas, 16 estão ameaçadas de extinção para o estado de Santa Catarina: Oreaster reticulatus (Linnaeus, 1758), Coscinasterias tenuispina (Lamarck, 1816), Astropecten brasiliensis Müller & Troschel, 1842, Astropecten marginatus Gray, 1840, Luidia alternata (Say, 1825), Luidia clathrata (Say, 1825), Luidia ludwigi scotti Bell, 1917, Luidia senegalensis (Lamarck, 1816), Echinaster (Othilia) brasiliensis Müller & Troschel, 1842, Asterina stellifera (Möbius, 1859), Narcissia trigonaria Sladen, 1889, Plagiobrissus grandis (Gmelin, 1788), Eucidaris tribuloides (Lamarck, 1816), Paracentrotus gaimardi (Blainville, 1825), Lytechinus variegatus (Lamarck, 1816) e Isostichopus badionotus (Selenka, 1967). No capítulo II mergulhos foram realizados (800m²/ilha) em Maio e Dezembro de 2012 e Janeiro e Fevereiro de 2013, em quatro ilhas costeiras (Xavier, Arvoredo, Aranhas e Campeche) de Santa Catarina, a fim de levantar características populacionais da espécie E. brasiliensis, pelo método de censo visual. A ilha do Xavier gerou os dados mais abundantes, com 126 indivíduos, seguida pela ilha do Arvoredo. Os maiores tamanhos de estrelas do mar foram registrados no estrato de maior profundidade. A classe de tamanho que apresentou maior número de indivíduos foi a de 40-60mm. O gradiente de 4 complexidade de habitat foi maior na Ilha da Aranhas; nas Ilhas do Arvoredo e Campeche esse gradiente diminuiu com o aumento da profundidade, mas o inverso ocorreu com a Ilha do Arvoredo. Apesar do gradiente de estimativa visual do substrato ser mais complexo na Ilha das Aranhas, um menor número de indivíduos foi registrado.