Filosofia e literatura : como pensar o encontro?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Faust, Daiane Cristina
Orientador(a): Marcello, Fabiana de Amorim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Art
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/131062
Resumo: Esta pesquisa inspira-se em questionamentos levantados por discentes de Ensino Fundamental e Médio acerca da atribuição do adjetivo “filosófico” a determinadas obras popularmente conhecidas como literárias. O objetivo desta dissertação é, justamente, problematizar a rigidez da categorização de obras como sendo ou de ordem filosófica, ou literária, dada a compreensão de que tal processo resulta no enclausuramento dos campos e, consequentemente, no seu empobrecimento. Deste modo, questiona-se: em que sentido ou quais sentidos pode-se operar cruzamentos entre filosofia e literatura? Inicio o trabalho com uma discussão mais ampla sobre filosofia e arte, tomada a partir da relação de tais campos com a noção de verdade. Nesta direção, pergunto: sobre que bases se sustenta uma aparente dificuldade em pensar o casamento entre filosofia e arte como algo capaz de produzir conhecimento? Em seguida, examino as condições de possibilidade de aproximação entre filosofia e literatura, entendida aqui como um tipo específico de arte. Para tanto, considero argumentos contrários e favoráveis à inter-relação dos domínios. Por fim, apresento uma escrita pragmática, na tentativa de pensar o encontro entre filosofia e literatura. Trata-se de uma leitura filosófica realizada a partir de três obras literárias contemporâneas, a saber, A ignorância (2000), de Milan Kundera, A elegância do ouriço (2006), de Muriel Barbery, e Desonra (1999), de J. M. Coetzee. Assumo como chave de leitura aquilo que chamo de “palavra-silêncio”, isto é, uma palavra repleta de não-ditos, mas que não se reduz à ausência de som, pois o silêncio que nela repousa é, antes de tudo, percebido como potência. A conclusão deste trabalho sustenta que é possível pensar o encontro entre filosofia e literatura, à medida que compreendemos a filosofia como um trabalho crítico do pensar que se volta para si (FOUCAULT, 1998) e a literatura não como algo oposto à realidade, mas sim como um desdobramento desta.