Associação de variantes gênicas e desenvolvimento de mucosite bucal em pacientes pediátricos com leucemia linfoblástica aguda e linfoma em tratamento quimioterápico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Jardim, Luísa Comerlato
Orientador(a): Martins, Manoela Domingues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255975
Resumo: Embora seja raro, o câncer infantil é uma importante causa de morbidade e mortalidade neste grupo de indivíduos. Dentre os principais tipos de câncer que afetam este grupo são reportados as leucemias e os linfomas. A quimioterapia (QT) é a principal forma de tratamento para o câncer infantil, o qual se baseia na inibição não-seletiva da proliferação celular. Os quimioterápicos metotrexato (MTX), ciclofosfamida (CTX) e doxorrubicina (DOXO) são amplamente utilizados no tratamento de doenças malignas da infância. Embora eficazes, estes medicamentos desencadeiam vários efeitos adversos, dentre os quais a mucosite bucal (MB). Formas de entendimento individual para redução da toxicidade vem sendo estudadas, dentre elas o impacto das variantes genéticas. O objetivo deste estudo foi analisar a associação entre variantes genéticas e a presença e gravidade de MB em pacientes pediátricos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) e linfomas em QT com utilização de MTX, CTX e DOXO. Os dados demográficos e as características do tratamento foram coletados. A MB foi avaliada diariamente pela escala da Organização Mundial da Saúde (OMS), do dia 1 ao dia 15. Amostras de sangue foram coletadas e o DNA foi extraído. As variantes genéticas foram avaliadas por sequenciamento de última geração (NGS) usando um painel de genes personalizado para análise de 20 genes e 67 variantes. A análise de enriquecimento das vias de ontologia gênica foi realizada usando GeneAnalytics™ e a Enciclopédia de Genes e Genomas de Kyoto (KEGG). A análise estatística foi realizada no software R, com valor de p de 0,05. No total 64 pacientes foram incluídos, sendo 46 com LLA e 18 com linfoma, totalizando 392 ciclos quimioterápicos. Os protocolos mais utilizados foram DOXO predominante (34.2%), CTX predominante (17.3%) e MTX predominante (27.8%). A MB não foi detectada em 134 (34.2%) ciclos, em 122 ciclos (31.1%) foi observado o grau 1, em 100 (25.5%) grau 2 e 36 (9.2%) grau 3. A análise multivariada de ciclos MTX mostrou que a presença de MB foi associada de forma significativa com ABCC2 rs2273697 e rs17222723, ABCC4 rs2274406, GSTM1 rs1056806. Nos ciclos de CTX, ABCC6 rs9940825, HSP90AA1 rs4947 e SLC19A1 rs12659. A DOXO foi associada aos genes ABCC1 rs35587, CYP2A7 rs4079366 e MTHFR rs1801133. Nossos resultados sugerem que uma ampla gama de genes e variantes podem estar relacionadas com o desenvolvimentos de MB, em pacientes pediátricos em tratamento quimioterápico oncológico para LLA e linfoma, e mais estudos devem ser realizados afim de elucidar essas associações.