Efeito da pandemia de covid-19 no diagnóstico de câncer de pele no Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pauvels, Lucas Samuel Perinazzo
Orientador(a): Bakos, Renato Marchiori
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/254445
Resumo: Base Teórica: O efeito das modificações impostas pela pandemia da doença causada pelo novo coronavírus humano (Covid-19) no desfecho clínico dos pacientes com câncer de pele ainda é pouco definido. Estudos que avaliaram desfechos substitutos, como achados histopatológicos e marcadores prognósticos, tiveram resultados heterogêneos. Ademais, a grande maioria dos estudos tem sido conduzida em países ou centros Europeus e Norte-Americanos, com poucos dados referentes às características dos cânceres diagnosticados durante a pandemia na América Latina. Objetivo: Avaliar o efeito das restrições impostas no primeiro ano da pandemia de Covid-19 sobre o diagnóstico, estadiamento clinicopatológico e tratamento cirúrgico do câncer de pele no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Métodos: Realizou-se um estudo transversal retrospectivo de pacientes maiores de 18 anos diagnosticados com câncer de pele (carcinoma basocelular (CBC), carcinoma espinocelular cutâneo (CEC), e melanoma cutâneo primário (cMM)) durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19 (01/03/2020 a 28/02/2021) e durante o ano imediatamente anterior (01/03/2019 a 28/02/2020) no HCPA. O número total de lesões diagnosticadas, cirurgias realizadas, topografia, distribuição de estadiamento clinicopatológico ao diagnóstico (segundo critérios da National Comprehensive Cancer Network (NCCN), American Joint Committee on Cancer, e Brigham and Women’s Hospital) e tempo do diagnóstico ao tratamento definitivo foram comparados entre os dois períodos. Resultados: Houve uma redução de 31,83% no número de diagnósticos de câncer de pele durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19 no HCPA, que foi significativa para todos os tipos de câncer, faixas etárias e sexos. Durante a pandemia, houve um aumento na proporção de cânceres de baixo risco de acordo com os critérios das diretrizes da NCCN para CBCs (40,8% para 49%) e CECs (41,7% para 49,6%). Não houve mudança significativa na distribuição dos demais estadiamentos para os três tipos de câncer. Além disso, houve uma redução significativa no número de cirurgias para CBCs (-57,64%) e CECs (-44,74%), mas não para cMMs. Não houve mudança significativa no tempo do diagnóstico ao tratamento cirúrgico entre os grupos. Conclusão: As modificações estruturais e restrições sociais impostas no primeiro ano da pandemia de Covid-19 estiveram associadas a uma redução no número de diagnósticos e cirurgias de câncer de pele no HCPA. Entretanto, não foi observada uma piora do estadiamento clinicopatológico ao diagnóstico durante esse período. Mais estudos são necessários para avaliar o impacto do atraso no diagnóstico sobre o desfecho clínico a longo prazo dos pacientes com câncer de pele