Seguimento de pacientes com diabetes melito tipo 1 através do controle glicêmico evolutivo e da monitorização ambulatorial da pressão arterial de 24 horas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cipriani, Gustavo da Fonseca
Orientador(a): Rodrigues, Ticiana da Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/217560
Resumo: Trata-se de um estudo de coorte que seguiu os pacientes com DM1 do ambulatório de endocrinologia do HCPA e que realizaram exame de monitorização ambulatorial da pressão arterial de 24h (MAPA). Dos 210 pacientes com exame foram excluídos 66, sendo analisados 144 pacientes durante um seguimento médio de 10 anos coletando dados demográficos, de exames laboratoriais, de exame físico e de MAPA. Foram avaliadas as complicações micro e macrovasculares durante o seguimento e relacionado com os fatores de risco para estas complicações. Selecionado 144 pacientes que fizeram um exame de MAPA e mantiveram seguimento ambulatorial por mais de 2 anos, sendo coletados dados no seguimento para avaliação do controle glicêmico, pressão arterial, dislipidemia e relação com os desfechos. O desfecho principal foi um evento cardiovascular combinado (IAM fatal e não-fatal, AVC fatal e não-fatal e cardiopatia isquêmica) ou doença arterial periférica com necessidade de revascularização. Resultados: Os pacientes do estudo apresentaram ao longo do seguimento uma HbA1c média de 8,98% (±1,37) e com tempo de diabetes de 27,0 anos (±9,5) ao final do acompanhamento. Em relação ao desfecho primário, pacientes com eventos cardiovasculares apresentaram piora do controle glicêmico razão de risco 2,60 (IC 95% 1,42-4,78, p=0,002) e diagnóstico de dislipidemia razão de risco 11,74 (IC 95% 1,55-88,58, p =0,017). Os 11 pacientes que apresentaram o desfecho principal apresentaram níveis mais elevados de PA média na vigília 98,3 mmHg ±9,4 vs. 93,0 mmHg ±8,0, p=0,048, assim como os 7 pacientes que foram a óbito durante o seguimento apresentaram níveis mais altos de PA média em 24 horas (97,1 mmHg ±9,3 vs. 90,6 mmHg ±8,0, p=0,037), no sono (91,3 mmHg ±13,4 vs. 83,7 mmHg ±9,7, p=0,049) e na vigília (99,9 mmHg ±9,1 vs. 93,0 mmHg ±8,0, p=0,031), além de níveis mais elevados de PA diastólica em 24 horas (80,1 mmHg ±5,1 vs. 74,1 mmHg ±7,6, p= 0,042) em comparação aqueles que sobreviveram ao longo de 10 anos. Níveis mais elevados de pressão arterial noturna se relacionaram especialmente com os desfechos oftalmológicos. Conclusões: Controle glicêmico, avaliado pela HbA1c média no seguimento foi o principal fator relacionado com o desenvolvimento dos desfechos. A pressão arterial aferida pela MAPA também pode acrescentar na prática clínica através da avaliação da pressão noturna.