Delimitando espécies da ordem orthoptera : ferramentas e filogenia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Timm, Vítor Falchi
Orientador(a): Deprá, Maríndia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276257
Resumo: Orthoptera é uma das linhagens mais antigas dentro dos insetos, com cerca de 350 milhões de anos. Atualmente conta com cerca de 29.500 espécies válidas distribuídas pelo mundo. Recentemente tem sido classificado como o terceiro inseto domesticado para pesquisa científica devido a uma série de características que facilitam, principalmente, sua criação em laboratório e em larga escala. Entretanto, muitas questões taxonômicas ainda são obscuras em alguns grupos, o que leva a classificações e identificações errôneas. Para mitigar esses problemas e elucidar questões evolutivas, a taxonomia integrativa tem sido utilizada mais intensivamente nas pesquisas mais atuais, principalmente com dados moleculares e sonoros. Neste âmbito, os dois trabalhos realizados nesta tese estão diretamente relacionados com dados moleculares, com o segundo tendo associação com dados sonoros. No primeiro trabalho (Capítulo II) foi feita uma avaliação do gene citocromo c oxidase subunidade I (COI) para testar sua eficiência como DNA Barcode dentro da ordem Orthoptera. Para isso, utilizamos todas as sequências de COI depositadas no banco de dados Barcode of Life Data System (BOLD) e as submetemos a duas análises baseadas em distâncias intra e interespecíficas, barcode gap e probabilidade de identificação correta (PCI), além de estimarmos a riqueza de espécies através das ferramentas Automatic Barcode Gap Discovery (ABGD) e Assemble Species by Automatic Partitioning (ASAP). Nesse trabalho, foram utilizadas 11.605 sequências englobando 1.132 espécies de 226 gêneros. Baseado na quantidade de gêneros que apresentaram resultados de barcode gap aceitáveis, no valor geral da PCI e nas estimativas de riqueza de espécies, concluímos que o COI é efetivo como DNA Barcode em Orthoptera. No segundo trabalho (Capítulo III) foi realizada uma filogenia do gênero Gryllus utilizando sequências obtidas de espécimes previamente classificadas em sonotipos com o objetivo de esclarecer suas relações. Para isso, foi realizada estimativa de divergência genética, reconstrução filogenética por inferência bayesiana (IB) e máxima verossimilhança (MV) e teste de introgressão baseado em dados de 16S rRNA, COI e 12S rRNA. Foram analisados no total 32 espécimes (19 sequenciadas neste trabalho e 13 sequências baixadas do GenBank). A divergência genética deu indícios que o valor arbitrário de 3% para delimitação de espécies pode não ser o ideal para todas as espécies de Gryllus. As árvores consenso de IB e MV não mostraram diferenças significantes, porém serviram para confirmarmos as hipóteses de duas novas espécies, além de refutarmos uma possível espécie nova hipotética e a existência de espécies crípticas dentro de um sonotipo. Além disso, destacamos a possibilidade de zonas de hibridação no Brasil baseado em dados de teste de introgressão.