O mundo vivido da enfermagem pediátrica : trajetória de cuidado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Issi, Helena Becker
Orientador(a): Motta, Maria da Graça Corso da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/133141
Resumo: A concepção existencial de cuidado revela uma dimensão temporal peculiar e imanente à condição humana. Nesta pesquisa, utilizou-se o enfoque existencial de Martin Heidegger, e de outros filósofos existencialistas, para a compreensão do acontecer da Enfermagem Pediátrica, no devir da trajetória de cuidado. Estudo qualitativo de natureza fenomenológico-hermenêutica, com o objetivo de desvelar e compreender, na perspectiva da temporalidade, o fenômeno cuidado à criança, adolescente e família no mundo da Enfermagem Pediátrica de um hospital-escola, e conhecer as percepções das enfermeiras sobre o modo de cuidar no mundo da hospitalização. Estudo realizado no Serviço de Enfermagem Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS, Brasil. Participaram nove enfermeiras assistenciais e uma docente. A coleta das informações ocorreu mediante entrevista fenomenológica, adotando-se a hermenêutica de Ricoeur e Heidegger para interpretação das informações. Emergiram como dimensões: Sistema de Permanência Conjunta: sendo no tempo; Transformação das Unidades Pediátricas em Serviço; O Ser e Tempo da Enfermeira Pediatra; As múltiplas faces do cuidado; As dimensões do cuidado em Enfermagem Pediátrica: na perspectiva da criança e família; Enfermagem Pediátrica no Presente: programas na perspectiva do cuidado; e Projetos de Futuro. O mundo vivido da Enfermagem Pediátrica, no devir do tempo e na temporalização de seu acontecer, revela-se como “ser-aí” lançado no mundo do hospital. A Enfermagem Pediátrica é concebida tendo como modelo de cuidado o Sistema de Permanência Conjunta - cuidado à criança e à família, fundamentado para além da visão biologicista da saúde. A presença da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no modelo de Integração Docência/Assistência no hospital-escola foi decisiva tanto neste momento quanto à época da criação do Serviço de Enfermagem Pediátrica, integrando as quatro unidades pediátricas: Internação Pediátrica alas Norte e Sul, Oncologia Pediátrica e Terapia Intensiva Pediátrica, constituindo-se em Serviço específico. O destaque passa a ser a configuração de uma área do saber e da prática em que o protagonista é a criança. Na cotidianidade de seu modo–de–ser–no–mundo, a enfermeira, no processo de escuta do modo de ser da criança como ser-no-mundo, interpreta suas necessidades, e do movimento impulsionado pela preocupação emerge o cuidar da família da criança. A experiência existencial de cuidar em Enfermagem Pediátrica revela que o sentido do cuidado à criança e à família tem seu fio condutor na concepção criadora do Sistema de Permanência Conjunta. A compreensão da importância do aqui e do agora singulariza o cuidado solícito, a presença que liberta, a intersubjetividade que redireciona o Ser cuidador para si mesmo e para o outro. A contribuição deste estudo reside na compreensão do movimento de transcendência que permite desvelar a temporalidade da Enfermagem Pediátrica em sua trajetória de cuidado. A filosofia do Sistema de Permanência Conjunta mantém-se como o fio condutor e ampliam-se os modelos de cuidado que podem ser difundidos e replicados em outros contextos do cuidado à saúde da criança, adolescente e família na perspectiva do cuidado, ensino e pesquisa.