Estado de xeque : o risco de uma pesquisa ou a pesquisa de um risco : modernidade, colonialidade, relações globais e contexto brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Francisca Magalhães de
Orientador(a): Guareschi, Neuza Maria de Fátima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/251986
Resumo: Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a produção de pesquisas que possam colocar seus autores e autoras em situação de risco. Em um primeiro momento, trata de discutir sobre como o paradigma de mundo moderno/colonial implicou na legitimação do que é tomado como um saber verdadeiro e, consequentemente, daquilo que é passível de ser silenciado. Em seguida, foram selecionados três documentos que discutem o tema da liberdade e da censura no meio acadêmico: o Free to Think 2019, o Academic Freedom in Brazil e a audiência pública intitulada Denúncias de perseguições a pesquisadores no Brasil. Assim, parte-se de uma análise que toma estrategicamente os movimentos do jogo de xadrez como um mecanismo capaz de indicar quais situações forjam um contexto de maior ou menor risco às pesquisas e aos pesquisadores. Como aporte teórico, epistemológico e metodológico, utiliza-se as perspectivas decolonial e descolonial, que abrangem tanto os conceitos trazidos pelos autores e autoras do grupo Modernidade/Colonialidade, quanto as perspectivas lesbofeministas antirracistas que compõem essa abordagem. Dessa forma, se buscou compreender de que maneira temas como os de gênero, raça, sexualidade e aqueles ligados a pautas ambientais vêm se tornando alvos de ameaças, especialmente no contexto brasileiro. O conceito de “Estado de Xeque” é apresentado como forma de apreender o estado ocasionado por uma ameaça, operado pelo medo e materializado na produção de um risco, que coloca em suspensão os movimentos possíveis e que produz um lugar específico entre a impossibilidade de ação e a potência do agir. Ainda, os conceitos de Colonialidade do Ser, do Poder, de Gênero, da Sexualidade e da Natureza aparecem como importantes ferramentas para a discussão das condições de possibilidade que forjaram o cenário apresentado. Por fim, aponta-se que apesar das estratégias de silenciamento que foram imputadas historicamente a determinados saberes, eles continuam sendo produzidos e proferidos e, assim, seguem como alvos das engrenagens coloniais que estão em jogo na atualidade.