Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Wagner, Litiele Evelin |
Orientador(a): |
Berton, Danilo Cortozi |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/254468
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Resumo: |
Introdução: A última diretriz internacional que normatiza o teste de caminhada de seis minutos (TC6min) recomenda a monitorização contínua da oximetria de pulso (SpO2) durante o teste e a interrupção pelo examinador na presença de dessaturação grave induzida pelo exercício (SpO2<80%). A monitorização contínua da SpO2 pode ocasionar a interrupção do TC6min pelo examinador ao verificar valores críticos de tal variável resultando em possível interferência no desfecho primário do teste, a distância percorrida. Objetivos: Comparar a distância percorrida no TC6min realizado com e sem monitorização contínua da SpO2 em pacientes com doenças respiratórias crônicas e comparar a distância percorrida entre os pacientes que foram interrompidos pelo examinador e os que interromperam o teste por sintomas excessivos àqueles que não interromperam o TC6min. Metodologia: Estudo transversal uni cego em que foram incluídos pacientes com doenças respiratórias crônicas (Doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, doença pulmonar intersticial e hipertensão pulmonar) encaminhados para realizar o TC6min na Unidade de Fisiologia Pulmonar do Hospital de Clinicas de Porto Alegre. Os pacientes foram randomizados em dois grupos: Grupo A com monitorização contínua da SpO2 e Grupo B sem monitorização contínua da SpO2. No grupo A, a interrupção do teste foi solicitada pelo examinador quando SpO2<80% e o teste reiniciado quando SpO2≥85%, enquanto que no grupo B o critério de interrupção do teste por dessaturação severa não foi aplicado. Ambos os grupos foram autorizados a desacelerar, parar e descansar conforme necessário de acordo com sintomas e orientados a retomar a caminhada o mais rápido possível. Cada participante realizou um único TC6min. Dados clínicos, demográficos, antropométricos, intensidade da dispneia, de função pulmonar, ecocardiográficos, TC6min realizados anteriormente, sinais vitais, escala Borg, frequência de interrupções, motivo das interrupções e frequência e intensidade de eventos adversos severos foram registrados em ambos os grupos. Resultados: Foram incluídos 290 pacientes (68,6%♀, 62 [52-69] anos) com doenças respiratórias crônicas e randomizados no Grupo A (n=145; 66,2%♀, 58,7±14,2 anos) ou Grupo B (n=145; 71%♀, 59,9±14,3 anos). Não houve diferença na distância percorrida entre os grupos tanto em valores absolutos (Grupo A: 349,5±117,5m versus Grupo B: 351,2±105,4m; p=0,892) quanto em valores previstos (Grupo A: 65,9 [51,8-80,7] % do previsto versus Grupo B: 68,4 [55,2-80,3] % do previsto; p=0,980). Entretanto, houve redução significativa da distância percorrida nos pacientes que foram interrompidos pelo examinador por dessaturação grave (240,6±100,2 m; 44,8±17,7 % do previsto) ou por autointerrupção motivada por sintomas excessivos (221,4±71,9 m; 43,2±15,9 % do previsto) quando comparados aos pacientes que não interromperam o TC6min (384,9±92,6 m; 71,7±15,6 % do previsto). O TC6min foi interrompido em 64 pacientes (22,0%) considerando a totalidade da amostra. Houve uma maior frequência de interrupções no grupo A (n=40, 27,5%) versus grupo B (n=24, 16,5%) (p=0,023). Dezessete pacientes interromperam o teste no Grupo A e 24 pacientes no Grupo B por dispneia e/ou dor excessiva nos membros inferiores (p=0,001). Quarenta e cinco pacientes em toda a amostra (15,5%) apresentaram dessaturação grave no TC6min. Destes, 25 pacientes pertenciam ao Grupo A sendo que 23 pacientes tiveram o teste interrompido pelo examinador e dois interromperam por sintomas excessivos antes da solicitação do examinador. Eventos adversos severos não ocorreram em nenhum dos grupos. Conclusões: A monitorização contínua da oximetria de pulso não alterou a distância percorrida no TC6min. Isso se deve provavelmente ao fato de que a dessaturação foi um evento pouco frequente. Contudo, houve um impacto negativo na distância percorrida nos pacientes que interromperam o teste pelo examinador devido à dessaturação grave ou por auto interrupção devido a sintomas excessivos. Eventos adversos severos não foram observados no presente estudo, independentemente do protocolo adotado. |