Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Mozena, Erika Regina |
Orientador(a): |
Ostermann, Fernanda |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/104588
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Resumo: |
A partir das mudanças curriculares operadas no Brasil e no Rio Grande do Sul na direção de se institucionalizar a interdisciplinaridade na escola básica e das lacunas apresentadas pelas pesquisas da área, principalmente com relação ao papel da física, buscamos nesse trabalho a compreensão das contradições de sentidos da interdisciplinaridade no contexto do ensino médio em enunciados de instâncias educacionais diversas. Nesse contexto, nossa meta também foi entender o papel da disciplina escolar física nesse diálogo. Estudamos, assim, a dialogia em enunciados concretos proferidos em situação, que compreendem o que chamamos de instância governamental (LDB, DCNEM (1998), DCGEB (2010), DCNEM (2012), assim como os Referencias Curriculares do Rio Grande do Sul (2009): as Lições do Rio Grande), instância especializada (Ivani Fazenda e o GEPI) e a instância escolar (103 projetos interdisciplinares produzidos durante formação de professores nas Lições do Rio Grande em 2009 e 2010). Para realizar esses objetivos, fundamentamo-nos, tanto teórica como metodologicamente, na postura filosófica de Bakhtin e sua ampla noção de dialogicidade, pois focamos a significação e os efeitos dos sentidos dos enunciados sobre interdisciplinaridade, em meio a relações dialógicas e sociais distintas, envoltas em tensões de poder, representadas aqui pelo sistema educacional brasileiro. Também como referencial teórico, pautamo-nos nas noções de escola e epistemologia docente, como pensados por Tardif e Lessard, que compreendem a profissão do professor como um trabalho situado de interações humanas. Nessa perspectiva, procuramos entender as relações entre as diversas instâncias e os saberes docentes com relação à interdisciplinaridade, tais como são mobilizados e construídos em situações concretas. Nossa estratégia metodológica foi baseada na análise bakhtiniana do contexto extraverbal e dos horizontes sociais de valores, dos propósitos comunicativos e formas típicas de estruturação dos enunciados, além do estudo do tema da interdisciplinaridade e das relações dialógicas com outros enunciados, seus interlocutores e vozes. Os resultados desta pesquisa apontam para a ausência de diálogo entre as instâncias educacionais analisadas, muito ambiguidade, confusão e falta de embasamento teórico na concepção de interdisciplinaridade promovida pela instância governamental. Já com relação à instância especializada, Fazenda e GEPI, apesar de defenderem a polissemia do termo, apresentam uma concepção que privilegia o ser humano, não encontrada nas outras instâncias. Ainda, ambas as instâncias governamental e especializada outorgam ao professor o papel de desenvolver a interdisciplinaridade escolar. Com relação à instância escolar, concluímos que os professores por sua formação desde os bancos escolares, condicionantes e demandas, não conseguem se desvencilhar do senso comum, da multidisciplinaridade. Nessa questão, a física se mostra um ponto bastante complicado nessa relação, pois sua natureza exata acaba afastando-a da dimensão humana dos projetos que são mais caros aos professores. Assim, além de denunciar e pedir pela redação mais cuidadosa de documentos governamentais, sugerimos que tanto as instâncias governamental quanto a especializada voltem-se para o diálogo com o professor, ajudando-o a implementar a interdisciplinaridade na sala de aula, por meio de exemplos mais concretos, além de um estudo conceitual disciplinar mais acurado. Também apontamos a interdisciplinaridade, como defendida por Fazenda e o GEPI, como um caminho para promover um mundo mais dialógico, em que haja respeito pelas opiniões alheias: o mundo polifônico de Bakhtin. |