Compostos fenólicos biodisponíveis do bagaço de oliva apresentam efeito antioxidante em Caenorhabditis elegans e em células da microglia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Schmidt, Luana
Orientador(a): Moreira, Jose Claudio Fonseca
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276750
Resumo: O bagaço de oliva é um subproduto da produção do óleo de oliva rico em compostos fenólicos que apresentam diferentes benefícios à saúde. Os compostos fenólicos mais representativos no bagaço de oliva são dos grupos secoiridoides, flavonols, ligninas, ácidos fenólicos e álcoois fenólicos. No entanto, os efeitos benéficos atribuídos ao consumo destes compostos fenólicos estão associados à sua biodisponibilidade, que normalmente é baixa (5-10%). Diante deste contexto, processos que melhoram a biodisponibilidade dos compostos fenólicos do bagaço de oliva, como técnicas de redução de tamanho, podem afetar diretamente as propriedades benéficas destes compostos. O objetido do presente trabalho foi avaliar a atividade antioxidante dos compostos fenólicos de bagaço de oliva obtidos após um processo de digestão gastrointestinal in vitro. O bagaço de oliva foi submetido a dois métodos de redução de tamanho: fracionamento (tamanho de partícula < 2 mm) e fracionamento seguido de micronização (tamanho de partícula < 20 μm) e as amostras foram submetidas a uma digestão gastrointestinal simulada. Os compostos fenólicos obtidos após o processo de digestão foram analisados quanto à sua composição fenólica, sua atividade antioxidante no modelo animal alternativo (Caenorhabditis elegans), bem como em células da microglia (BV2). O tipo de processamento afetou o perfil de compostos fenólicos biodisponíveis do bagaço de oliva, o que resultou em comportamentos diferenciados nos modelos experimentais analisados. Demonstramos pela primeira vez que os compostos fenólicos biodisponíveis do bagaço de oliva em concentrações elevadas (1,5-3 mg L-1) podem ser tóxicas para células microgliais e para o nematoide. Nas células microgliais os compostos biodisponíveis do bagaço de oliva apresentaram efeito antioxidante (0,03- 1,5 mg L-1), independente do tamanho de particula. Além disso, os compostos fenólicos biodisponíveis do bagaço de oliva apresentaram capacidade de prevenir o estresse oxidativo induzido por peróxido de hidrogênio no C. elegans. No entanto, este efeito foi dependente do tamanho de partícula. Menores tamanhos de partícula atenuaram o estresse oxidativo em concentrações de 0,03 e 0,15 mg L-1, enquanto que maiores tamanhos de partícula apresentaram este efeito no nematoide nas concentrações de 0,15 e 0,30 mg L-1. Os efeitos antineuroinflamatórios e antioxidantes observados nos ensaios in vivo e in vitro podem ser atribuídos aos diferentes compostos fenólicos presentes no bagaço de oliva. Além disso, diferentes tamanhos de partículas resultaram em perfis fenólicos diferentes, o que pode justificar os diferentes efeitos observados nos experimentos. Por fim, este estudo apresenta resultados extremamente relevantes para garantir a segurança e buscar uma possível aplicação alimentícia do bagaço de oliva, visando o aproveitamento de sua riqueza em termos de compostos fenólicos.