Intensificação da produção pecuária e seu impacto no balanço dos gases de efeito estufa : um estudo de caso no Bioma Pampa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Schultz, Ana Luiza Velazquez
Orientador(a): Carvalho, Paulo Cesar de Faccio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/232231
Resumo: Os desafios do setor produtivo frente às mudanças climáticas geram forte pressão na busca de conhecimento sobre os sistemas de produção pecuária para gerar alternativas minimizadoras de impacto ambiental. Neste contexto, objetivou-se avaliar o efeito de diferentes perfis de produção no balanço de Gases do Efeito Estufa (GEE) de 135 propriedades rurais inseridas no bioma Pampa. A base de dados pertencente a empresa Serviço de Inteligência em Agronegócio (SIA), foi utilizada no intuito de estimar as emissões e remoções de metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e dióxido de carbono (CO2) em nível de sistema, excetuando-se a compra e a comercialização dos produtos. O balanço de GEE baseou-se na metodologia do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) utilizando fatores do IPCC e de artigos publicados. A análise de cluster baseada nas características produtivas das propriedades identificou cinco grupos de propriedades rurais conforme o resultado do balanço de gases. O cenário de maior emissão de GEE refere-se ao Grupo V (2.5 t CO2-eq./ha/ano) caracterizado por propriedades que reduziram em 23% a porcentagem de campo nativo, substituindo- o por arranjo forrageiro mais diversificado (i.g. pastagem natural melhorada, pastagem cultivada e lavoura), o que leva a maiores cargas animais no sistema (91.9 kg de PM/ha). Diferentemente, propriedades que mitigam GEE refere-se ao cluster I (-1.0 t CO2-eq./ha/ano) com arranjo pastoril caracterizado por maiores porcentagens de áreas de SIPA (38%) e produção agrícola (23%). O rebanho da propriedade foi a variável de maior influência nos resultados de emissão de GEE total do sistema (cerca de 70%), seguido dos dejetos animais (12%), das emissões provindas da pastagem (9.6%) e da lavoura (4%) e os custos operacionais (3.8%). Deste modo, confirma-se a hipótese de que a intensificação da pecuária de corte nos sistemas produtivos do bioma Pampa através do redesign dos sistemas produtivos alterou o balanço de Gases responsáveis pelo Efeito Estufa (GEE). O cluster I (-1 t de CO2-eq./ha/ano) foi mais eficiente em mitigar os efeitos da produção agropecuária na emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa, sendo 61.5% superior aos demais. Nestes sistemas, as emissões líquidas foram totalmente compensadas pelo sequestro de carbono do solo devido ao arranjo do sistema.