Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1999 |
Autor(a) principal: |
Winkelmann, Elisa Cristiana |
Orientador(a): |
Schneider, Felipe Luis |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/272081
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Resumo: |
A paráfise é uma estrutura neuroepitelial, considerada como um órgão circunventricular, localizada entre os hemisférios cerebrais e, com poucas exceções, presente na maioria dos vertebrados inferiores. No homem, a paráfise está presente durante um curto período embrionário e em alguns casos é sede de cistos coloidais do III° ventrículo. O objetivo deste trabalho foi estudar a localização e os aspectos morfológicos da paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni, para verificar diferenças regionais entre as células epiteliais, a presença de elementos supraependimários, organelas citoplasmáticas mais proeminentes e inclusões como lipídios, glicogênio e ferritina. Neste trabalho foram utilizadas um total de 24 tartarugas. Dezoito animais foram fixados através de perfusão intracardíaca com a mistura de glutaraldeído, paraformaldeído e tampão fosfato e 4 animais foram fixados por imersão na mesma solução fixadora, porém utilizando o tampão cacodilato. Para demonstrar a permeabilidade vascular da paráfise dois animais foram injetados com o corante azul de Evans. Os métodos usados para nossos estudos morfológicos foram o P.A.S., o azul da Prússia, a fosfatase ácida de Gomori, o tricromo de Gomori, o azul de toluidina, a hematoxilina-eosina, e a microscopia eletrônica de varredura e transmissão convencional. A paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni está ventralmente relacionada com plexo coróide do III° ventrículo, cranial e posteriormente com o complexo pineal e envolvida por envoltórios meníngeas. A paráfise constitui-se de um epitélio simples cuboidal. O núcleo destas células é central e arredondado com um nucléolo bem evidente. As características ultra-estruturais mais proeminentes foram a presença de numerosos corpos densos, mitocôndrias e gotículas de lipídios, todos estes localizados principalmente na posição apical da célula parafiseal. Grânulos de glicogênio e ferritina foram raramente encontrados. Grandes espaços intercelulares foram observados principalmente quando o material foi fixado por perfusão. Observações ao microscópio eletrônico de varredura demonstraram claramente que a superficie das células epiteliais da paráfise apresentam numerosas microvilosidades e tufos de cílios, estes últimos localizados centralmente. Nenhuma diferença regional foi observada ao longo da superficie parafiseal (face ventricular). Os túbulos da paráfise apresentam ramificações que provavelmente conectam-se entre si. Células macrofágicas são constantes na superfície epitelial ventricular. No tecido conjuntivo estão presentes muitos capilares sinusoidais, mastócitos e fibrilas colágenas. A administração intrarterial de azul de Evans revelou a ausência de barreira hemato-encefálica, provavelmente devido a presença de fenestras no endotélio vascular. Pelos resultados obtidos, concluímos que a paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni é um órgão circunventricular pois é uma estrutura que está relacionada ao sistema ventricular, é altamente vascularizada e não apresenta barreira hemato-encefálica. Devido a presença de vesículas e grânulos na superfície celular das células parafiseais, fenestras e vesículas de macropinocitose no endotélio vascular da paráfise sugerimos que esta estrutura seja capaz de liberar substâncias para o interior do sistema ventricular contribuindo também, em parte, para a formação do líquor. |