Modos de viver e de se educar dos jovens estudantes quilombolas da comunidade urbana Areal da Baronesa – Porto Alegre/RS

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Silveira, Lueci da Silva
• Orientador(a): Meinerz, Carla Beatriz
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Quilombolas; Quilombo; Relações étnicas e raciais; Juventude
• Palavras-chave em Inglês: Quilombola school education; Young people; Youth; Education of ethnic-racial relation; Urban Quilombo; Quilombo of Areal da Baronesa
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/230727

A presente dissertação de Mestrado em Educação tem como tema as vidas e os saberes de jovens quilombolas urbanos, a partir da análise da experiência do Areal da Baronesa, comunidade urbana localizada em Porto Alegre/RS. Evidencia a conexão da autora com o estudo, pela relação já estabelecida com a comunidade e na definição do problema de pesquisa: Como são os modos de vida dos jovens estudantes de uma comunidade quilombola urbana? Tal questão guia a análise do contexto da educação escolar diferenciada para os jovens quilombolas em situações de urbanidade. Salienta as relações dos jovens com a escola, conforme as políticas públicas aprovadas recentemente em nosso país, com destaque para a observação das pedagogias próprias construídas nas comunidades quilombolas. Destaca a emergência singular de uma iniciativa chamada Influência Jovem, considerada analiticamente a partir do princípio do comunitarismo e da auto-organização. Ressalta o tratamento crítico das relações educativas a partir da diferença, refletindo sobre os modos de vida e de saber que podem ser conhecidos através da Educação Escolar Quilombola (EEQ). A metodologia para atingir o objetivo de compreender os modos de vida dos jovens do Areal da Baronesa usou como um dos critérios a faixa etária entre 16 e 19 anos e a pertença ao grupo de organização juvenil da comunidade. Com abordagem qualitativa, constrói uma enquete para mapeamento do grau de escolarização dos moradores da comunidade quilombola do Areal da Baronesa e das escolas que os servem, seguido de entrevistas compreensivas com jovens em processos de escolarização e auto-organização, além da revisão de literatura sobre o tema. Tal metodologia, como produtora de empiria específica, resulta na articulação dos sentidos da ação humana através de uma escuta sensível e flexível. As considerações finais apontam a compreensão da auto-organização, por meio do grupo Influência Jovem, como ponto central das descobertas de pesquisa, na qualidade de expressão dos modos de vida próprios desses jovens condicionados pelo comunitarismo aprendido em seus cotidianos no quilombo urbano. Igualmente destaca-se a presença positiva das ações de uma escola pesquisada, como um elemento externo e capaz de contribuir para a formação desses jovens e para o conhecimento da história e da cultura dos quilombolas no Brasil. As principais referências teóricas para a consecução da análise e do compartilhamento acerca da EEQ foram Nilma Lino Gomes, Georgina Helena Lima Nunes, Carlos Rodrigues Brandão e Antônio Bispo dos Santos, também conhecido como Nêgo Bispo. A base teórica foi coadunada com o texto das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (2012).