Travessias da paternidade : um estudo sobre o pai e sua função na clínica e na cultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pinho, Gerson Smiech
Orientador(a): Palombini, Analice de Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219830
Resumo: Esta pesquisa aborda o modo como a produção sobre a função paterna no campo da psicanálise vem se relacionando com as modificações que a configuração das famílias tem experimentado nas últimas décadas. A partir disso, propõe pensar como as elaborações teóricas e o próprio discurso psicanalítico se articulam ao tensionamento, manifesto na cultura atualmente, entre a criação de novos modos de existir em família e a perpetuação de um modelo único de estrutura familiar – a família nuclear moderna. O material que fundamenta esta pesquisa é o relato de cenas que concernem ao tema da paternidade, tanto no trabalho clínico em psicanálise quanto através de conteúdos veiculados pela mídia, em jornais, revistas, televisão e internet. Inicialmente, é abordada a história da instituição familiar, assim como da posição e do reconhecimento do pai no interior da mesma. A seguir, são examinados os discursos que teorizam sobre o pai e sua função, buscando compreender como o pai chega a se constituir historicamente como figura problemática, considerada determinante na constituição tanto do sujeito individual quanto do funcionamento da vida em sociedade. Finalmente, este estudo examina como a figura do pai emerge como uma questão no campo psicanalítico, tanto na obra de Freud quanto de Lacan, com especial atenção à teoria dos quatro discursos deste último autor. Isto porque com esta formulação, ao final de sua obra, Lacan reposiciona o lugar do pai e do complexo de Édipo na teoria e na prática da psicanálise, bem como delimita as especificidades do discurso psicanalítico em relação a outras modalidades discursivas. Desse modo, a abordagem sobre a função paterna ganha novo contorno, abrindo espaço para pensar uma pluralidade de vias possíveis para a sustentação de um sujeito, para além da norma edípica. Ao longo de todo este estudo, é proposto o diálogo da psicanálise com autores do campo da psicologia social como Michel Foucault, Judith Butler, Gilles Deleuze e Félix Guattari.