Baixas doses de naltrexona em modelo de dor neuropática trigeminal em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Camila Lino de
Orientador(a): Souza, Andressa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/203921
Resumo: Neuralgia trigeminal (NT) é quadro de neuropatia que afeta o nervo trigêmeo, a dor se apresenta de forma paroxística, e que surge de forma abrupta, inesperada e com curta duração, podendo ocorrer várias vezes ao dia. NT não tem cura e seu tratamento baseia-se em medicamentos para o seu alívio. O tratamento de escolha são fármacos anticonvulsivantes, sendo carbamazepina o padrão-ouro. Apesar de proporcionar alívio da dor em poucos dias, apresenta importantes efeitos colaterais, como efeitos antimuscarínicos, cansaço, sonolência e náuseas. Novas opções terapêuticas tem sido buscada para o tratamento da NT. A naltrexona é um antagonista competitivo dos receptores opioides, e quando utilizada em baixas doses, exibe propriedades paradoxais, como analgesia e efeitos anti-inflamatórios. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tratamento com baixas doses de naltrexona, sobre o limiar de hiperalgesia mecânica de ratos submetidos a um modelo cirúrgico de NT. Carbamazepina foi utilizada como fármaco padrão ouro no tratamento da NT. Cinquenta e nove ratos Wistar machos adultos foram randomizados por peso em sete grupos: Grupo Controle, Sham dor + veículo, Sham dor + carbamazepina (100mg/kg), Sham dor + naltrexona (0,5mg/kg), Dor + veículo, Dor + carbamazepina (100mg/kg) e Dor + naltrexona (0,5mg/kg). O modelo de NT utilizado foi a cirurgia de constrição crônica do nervo infraorbitário. Além disso, observamos o impacto deste tratamento nos níveis de BDNF, IL-10, TNF- α e TLR4, em tronco encefálico e medula espinhal. Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (GPPG-HCPA protocolo número 2017-0575). Para avaliação do limiar de hiperalgesia mecânica foi utilizado o teste de Von Frey facial, que foi realizado início do estudo, 7 e 14 dias após a cirurgia, 1 hora após e 24 horas após a primeira dose do tratamento e 1 hora após a última dose do tratamento. O tratamento teve a duração de 10 dias em que os fármacos foram administrados por gavagem uma vez ao dia. Os níveis de BDNF, IL-10, TNF- α e TLR4 foram avaliados pelo método de ELISA. Nossos resultados mostraram que o limiar de hiperalgesia mecânica facial foi semelhante entre os grupos no início do estudo (GEE, P> 0,05), no entanto, 7 dias após a cirurgia, os ratos dos grupos sham e dor apresentaram menor limiar de hiperalgesia mecânica facial do que o grupo controle (GEE, P <0,05). Quatorze dias após a cirurgia, apenas os grupos com dor apresentaram menor limiar de hiperalgesia mecânica facial, caracterizando o modelo NT, e os tratamentos farmacológicos foram iniciados. A primeira dose de carbamazepina ou baixas doses de naltrexona reverteram parcialmente o limiar de hiperalgesia mecânica facial, entretanto, após 10 dias de tratamento, ambos os fármacos reverteram totalmente o limiar de hiperalgesia mecânica. Além disso, os níveis de BDNF e IL-10 em medula espinhal foram modulados por baixas doses de naltrexona diferentemente nos grupos sham e dor. Portanto, o tratamento com baixas doses de naltrexona pode ser uma opção para aliviar a dor neuropática trigeminal, no entanto, estudos adicionais são necessários para entender os mecanismos exatos do efeito analgésico das baixas doses de naltrexona.