Sentidos da função paterna na educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Cabistani, Roséli Maria Olabarriaga
Orientador(a): Hermann, Nadja Mara Amilibia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/10640
Resumo: Esta tese investiga os discursos atuais, presentes no campo da educação e da sociedade em geral, que denunciam, ao mesmo tempo que promovem, a “carência do pai” no exercício da autoridade e nos cuidados da prole.Tais discursos emergem impulsionados pelas novas configurações familiares, recebidas como estranhas e ameaçadoras, podendo causar ruptura nos laços sociais. É possível perceber aí o efeito fantasmático que opera no discurso educativo, que acaba denunciando um fracasso antecipado, como efeito da nostalgia da família tradicional, cada vez mais distanciada de nossa realidade. Para investigar o que produz essa posição de reivindicação de um “pai forte”, nossa pesquisa foi buscar na teoria essas respostas. Buscamos recortar interpretantes do laço social e suas expressões sintomáticas. Para tal, expusemos o tema da função paterna, como surge nas obras de Freud e Lacan, buscando acompanhar sua incidência na estruturação do sujeito, desde o desamparo primordial. Trata-se de uma pesquisa teórica, que tem como questão os sentidos que as novas formas de exercício da função paterna têm para a educação, considerada como laço social. Com Freud, acompanhamos os desdobramentos da função paterna no complexo de Édipo e a abordagem da temporalidade do Édipo em Lacan permitiu situar o pai a partir do registro do imaginário, do simbólico e do real, em referência ao conceito de falo, como significante da falta no Outro. Tematizar a função paterna a partir desses registros permitiu diferenciar a função paterna simbólica da fantasmática presente na dimensão imaginária do pai, esse que é significado como “carente”. Usamos como dado empírico, alguns casos, tomados em sua exemplaridade, na perspectiva do tema da função paterna. A tese indica que, o diálogo da psicanálise com a educação, permite desmistificar construções fantasmáticas, indutoras de uma interpretação última dos sintomas sociais, como essa do discurso da carência paterna. Valer-se da pluralidade dos sentidos da função paterna na educação, é uma forma dos educadores responsabilizarem-se pelo ato educativo, numa posição de abertura às contingências históricas que as vicissitudes dos laços sociais produzem.