O corpo e a vida : uma etnografia dos modos sensíveis de criação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Hernandez, Alessandra Rivero
Orientador(a): Victora, Ceres Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/170434
Resumo: Esta tese aborda um conjunto variado de práticas que constituem modos sensíveis de criação infantil, que fazem parte um processo mais amplo de psicologização das camadas médias ocorrido nas últimas décadas no Brasil. Trata-se de uma pesquisa etnográfica na qual se transitou por diversos espaços vinculados ao “parto ativo”, à “criação com apego” e à educação engajada de crianças. Inicialmente, argumento que a noção de apego, ao (re)configurar o choro infantil como manifestação de um comportamento natural de agenciamento do bebê por vínculo afetivo e contato corporal, opera uma configuração totalizante que entrelaça o corpo ao ambiente. Nesse sentido, o ambiente e as relações experimentadas pela criança recobram um papel fundamental, sendo produzidos dois “tipos” de ambiente. Um capaz de atuar com intensidade sobre a criança de modo a conformá-la, representado pelas noções de aculturação, transmissão e socialização. E outro que opera de maneira mais sutil, em comunhão com a capacidade de a criança agenciar sua própria aprendizagem a partir de seus gostos, desejos, necessidades, percepções e sentimentos, que tem no horizonte o desenvolvimento da autonomia. Tentando escapar da reprodução de dualismos como natureza/cultura e indivíduo/sociedade, volto minha atenção para as práticas cotidianas a fim de investigar como essa aprendizagem acontece e como os adultos se recriam enquanto criam seus filhos, evidenciando as gramáticas emocionais em jogo. Por fim, argumento que práticas de criação infantil nas quais são criticadas a disciplina e a normalização, ao passo em que são exaltados o protagonismo, a liberdade e a autonomia (em suma, o governo de si), podem estar articuladas a outros modos mais sutis de governar os outros.