Pressão antropogênica afeta a nidificação de tracajás (PODOCNEMIS UNIFILIS) na Amazônia Oriental ?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Quintana Garcia, Itxaso
Orientador(a): Michalski, Fernanda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/187239
Resumo: As tartarugas na Amazônia são particularmente sensíveis à pressão humana, já que os impactos nas áreas de nidificação podem afetar negativamente a taxa de reprodução das populações. A seleção do local de nidificação é um componente fundamental para o sucesso de desova, no entanto, a associação entre a escolha do local e a aptidão do local escolhido ainda é pouco estudada. Neste trabalho testamos um conjunto de variáveis para explicar os padrões de nidificação em Tracajás (Podocnemis unifilis), com base em dados coletados em 73 locais de nidificação ao longo de 118 km de rio na Amazônia Oriental Brasileira. Modelos lineares generalizados (GLMs) foram usados para avaliar as influências antropogênicas e ambientais nos padrões de seleção do local de nidificação (número de ninhos, densidade de ninhos, distância do ninho à água e variação na distância à água) e adequabilidade do local de nidificação (remoção de ninhos por humanos). Como resultado, encontramos que o número e densidade de ninhos foram fortemente explicados por variáveis ambientais, e a distancia do ninho á água diminuiu com a proximidade as casas. A remoção humana foi o principal responsável pela perda de ninhos (47% dos ninhos foram removidos) principalmente nos trechos do rio com maior atividade humana. Nossos dados sugerem que mudanças antropogênicas estão levando a diferenças entre a escolha de local de nidificação e a sua adequabilidade, assim, nos rios onde humanos tem maior acesso, sinais usados pelas fêmeas para selecionar áreas de nidificação não estão permitindo desovas bem-sucedidas. Ao contrário das previsões nas hipóteses, os achados demonstram que as fêmeas não parecem evitar desovar em locais perigosos e inadequados. Portanto, ações diretas, como a proteção de áreas de nidificação, são vitais para a conservação das tartarugas na Amazônia.