Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Bassols, Ana Margareth Siqueira |
Orientador(a): |
Eizirik, Claudio Laks |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/104141
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Resumo: |
A presente tese aborda o tema da saúde mental do Estudante de Medicina da UFRGS, em dois momentos chave, a entrada no curso (1º ano) e a saída (6º ano), usando metodologia transversal. Um dos seus objetivos foi comparar os níveis e prevalência de sintomas de ansiedade e depressão na entrada e saída do curso médico. No primeiro estudo, um total de 232 alunos (110 do primeiro ano, 122 do sexto ano) completou o questionário, com taxa de resposta de 73,8% no primeiro e de 62,6%, no sexto ano. Na amostra, 50,4% dos entrevistados eram do sexo masculino (56,4% do primeiro ano e 45,1% dos alunos do sexto ano). Sintomas de ansiedade foram relatados por 30,8% dos alunos do primeiro ano e de 9,4% dos alunos do sexto ano (p < 0,001). Estudantes do sexo feminino foram mais afetadas pela ansiedade do que os estudantes do sexo masculino. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação aos sintomas depressivos, com escores médios de 8,02 ± 6,14 e 6,62 ± 5,23 pontos na escala BDI em respondentes do primeiro e sexto ano, respectivamente. Nenhum dos sujeitos da amostra exibiu um nível grave de sintomas depressivos. O modelo final de regressão demonstrou associação entre sintomas depressivos e tabagismo (RR 3.12, 95% CI 1,30-7,51) e entre os sintomas depressivos e insatisfação com o curso (RR 4.32, 95% CI 2,34-7,97). Evidenciou-se a presença de maior ansiedade no início do curso, o que sugere a necessidade de serem desenvolvidas estratégias de cuidado nesse momento critico, de forma a auxiliá-los a lidar com a ansiedade. O achado de maior prevalência de sintomas de ansiedade nas mulheres da amostra deve ser levado em conta em futuras abordagens e intervenções preventivas neste grupo. O segundo artigo, avaliando estresse e coping, demonstrou alta prevalência de sintomas de estresse, que foram significativamente maiores nos alunos do primeiro ano do que no grupo do sexto ano (49,1% x 33,6%; p = 0,018). No modelo multivariado as seguintes variáveis foram significativamente associadas com o stress na amostra: ano do curso (1º ano > 6º ano), renda familiar (renda mais baixa > renda mais alta), a satisfação com o curso (insatisfeito > satisfeito) e o uso de fuga-esquiva como estratégia de coping (associação positiva). Assim como ocorre em relação a sintomas de ansiedade, é necessário auxiliar os alunos que estão iniciando o curso médico a contarem com ajuda psicológica para lidar com situações de estresse associadas a este período de forma mais madura do que a encontrada. Por fim, o terceiro artigo, visando avaliar a associação entre níveis de ansiedade e intensidade de uso de mecanismos de defesa nos alunos, relata que as analises multivariadas mostraram que mecanismos de defesa neuróticos e imaturos estavam associados à presença de ansiedade (p < 0,001). Os dados encontrados no estudo apontam que alunos do curso médico que apresentaram sintomas de ansiedade utilizaram significativamente mais mecanismos de defesa neuróticos e imaturos do que os que não tinham esses sintomas. A autora da presente tese não considera a possibilidade de que a educação médica ocorra sem estresse, pois alguma pressão pode incentivar a produtividade e o aprendizado. Entretanto, seu excesso pode prejudicá-lo. Os programas de graduação médica devem ser examinados de forma crítica para avaliar possibilidades de garantir que o estresse se mantenha num nível manejável. Assim, planos de prevenção, atenção e estratégias de apoio psicológico a este grupo devem ser desenvolvidos em nosso meio, com o objetivo de educar e profissionalizar jovens que escolheram dedicar suas vidas a uma área tão desafiante. |