A história em disputa : sofística, linguagem e historiografia : uma análise dos discursos escandalizados com o narrativismo de Hayden White na historiografia contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Moreira, Veridiano Koeffender
Orientador(a): Vargas, Anderson Zalewski
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/156395
Resumo: Nas últimas décadas, assistimos a uma verdadeira reabilitação da autoconsciência retórica – com Hayden White no papel de arauto – no âmbito da historiografia. Contudo, embora o trabalho de White tenha se mostrado para muitos – entre os quais me incluo – como uma tentativa de ―avanço‖ em nossa autoconsciência, ele foi, paradoxalmente, muitas vezes visto e apresentado em discursos escandalizados como sinônimo de ―retrocesso‖ e ―obscurantismo‖. Persuadido do contrário – de que o ―ceticismo‖ de White não é um mal – prejudicial, contraproducente ou pernicioso ao nosso ofício –, eu analiso críticas desferidas ao dito ―relativismo linguístico‖. Tendo em vista a controvérsia filosófica da linguagem como portadora de referencialidade ocorrida entre a primeira sofística e Platão no Mundo Antigo, demonstro como as censuras de Carlo Ginzburg – o mais virulento de seus críticos – buscaram fundamento na argumentação platônico-aristotélica contra o relativismo da primeira sofística. Reapresento também argumentos de outros historiadores escandalizados com o trabalho de White para evidenciar que um tópos comum na argumentação desses críticos constitui-se como platonismo: a noção de que o ―narrativismo‖ conduz ao dilema teórico da impossibilidade de dizer o falso, tese atribuída por Platão à primeira sofística, para quem os múltiplos discursos arruinariam a própria noção de verdade. Paralelamente, a fim de demonstrar que esse dilema existe apenas no horizonte platônico (que compartimenta verdade e ficção em dois blocos distintos e separados), reavalio a relação entre história, verdade e ficção. Por fim, e considerando a linguagem como um elemento inexpugnável do discurso nas ciências humanas, defendo as perspectivas de White e da primeira sofística contra o voo platônico de superação da nossa inevitável condição humana.