Biologia populacional e reprodutiva do caranguejo porcelanídeo Pachycheles laevidactylus (Decapoda: Porcellanidae) no litoral norte do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Horch, Amanda Porciuncula
Orientador(a): Terossi, Mariana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276414
Resumo: A família Porcellanidae ocorre mundialmente em regiões marinhas tropicais e temperadas, e possui por volta de 30 gêneros e 280 espécies. Sete espécies do gênero Pachycheles foram reportadas na costa Brasileira, porém somente duas ocorrem no estado do Rio Grande do Sul, P. chubutensis e P. laevidactylus. Pachycheles laevidactylus pode ser encontrado na zona entremarés sob rochas, em tufos de algas ou em bancos de mexilhões. Também podem viver em simbiose facultativa com espécies de Bryozoa ou bancos de areia formados por poliquetas. Esta espécie ocorre do estado do Maranhão no Brasil até Monte Hermoso na Argentina. O presente estudo teve como objetivo investigar a estrutura populacional e biologia reprodutiva de P. laevidactylus em duas localidades no sul do Brasil, Torres e Tramandaí. Espécimes foram obtidos sazonalmente durante um ano entre Novembro de 2018 e Agosto de 2019. Os caranguejos foram coletados em bancos de areia de poliquetas nas formações rochosas de Torres e nos pilares da Plataforma Marítima de Tramandaí. A temperatura da água foi medida após o período de coleta em cada localidade. Os animais foram sexados, contados e medidos. Um total de 1534 indivíduos foram coletados, 943 em Torres e 591 em Tramandaí. Enquanto diferenças de tamanho corporal e tamanho dos quelípodos não foram encontradas entre os sexos, o pleon das fêmeas demonstrou ser mais largo que o dos machos. A razão sexual manteve-se 1:1 em todas as estações, mas diferiu entre classes de tamanho. A reprodução foi contínua e megalopae estavam presentes exclusivamente na primavera. A maturidade sexual morfométrica das fêmeas foi maior (5.39 mm CW) que o tamanho da menor fêmea ovígera coletada (3.35 mm CW), enquanto machos tornaram-se morfometricamente maduros em 5.20 mm CW. Um total de 438 fêmeas ovígeras foram identificadas. Os ovos foram medidos, contados e classificados em três estágios. Fêmeas com ovos no estágio I foram mais frequentes e foi observada uma correlação positiva entre tamanho corporal e fecundidade (estágio I). Diferenças sazonais de tamanho foram observadas nas duas localidades, porém diferenças de fecundidade e volume dos ovos em estágio I foram detectadas somente na primavera em Tramandaí. A perda de ovos entre estágios de desenvolvimento ocorreu exclusivamente em Torres. Um aumento similar no volume dos ovos entre os estágios I e II foi detectado nas duas localidades. As diferenças encontradas entre as localidades foram majoritariamente atribuídas à temperatura e à estrutura dos bancos de areia. Os resultados obtidos foram comparados com os dados disponíveis para outras localidades dentro dos limites de distribuição da espécie.