Desempenho e potencial agroeconômico da produção de etanol em microdestilarias em pequenas propriedades na região noroeste do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Oderich, Edmundo Hoppe
Orientador(a): Mielitz Netto, Carlos Guilherme Adalberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/96665
Resumo: A crescente escassez dos combustíveis fósseis tem indicado a necessidade de diversificação da matriz energética mundial. Nesse contexto, a produção de biocombustíveis figura entre as alternativas energéticas. No entanto, tal alternativa não é suscetível de uma só interpretação, havendo divergências acerca de suas consequências. Em meio ao debate, movimentos sociais do campo têm realizado experiências que buscam aliar a produção de biocombustíveis ao incremento da renda de pequenos agricultores. O tema central do presente estudo foi a produção de etanol em microdestilarias pelo Movimento dos Pequenos Agricultores através de uma de suas cooperativas, localizada no Noroeste do Rio Grande do Sul. O objetivo da pesquisa foi examinar o desempenho e o potencial agroeconômico do sistema de produção proposto pela COOPERBIO nas unidades familiares de produção agrícola (UPAs) a ela vinculadas. O estudo referenciou-se na Teoria dos Sistemas aplicada à investigação de realidades agrárias complexas e nas ferramentas metodológicas disponibilizadas pela mesma, apoiando-se ainda na ideia desenvolvida por Ploeg acerca da condição camponesa e do modo camponês de fazer agricultura. Realizou-se também uma revisão de literatura acerca da problemática dos biocombustíveis e da importância de modelos energéticos alternativos. Os procedimentos metodológicos consistiram em pesquisa documental, observação direta e entrevistas semiestruturadas a agricultores e técnicos da COOPERBIO, analisando exaustivamente duas microdestilarias e quatro unidades de produção representativas da cooperativa. Do ponto de vista socioeconômico, constatou-se que a baixa disponibilidade de terra e o elevado valor agregado bruto decorrente da intensificação baseada no trabalho constituem as principais características comuns entre as UPAs analisadas, assim como uma renda agrícola média anual em torno de R$ 1500,00 por hectare, a despeito da variação dos sistemas de produção encontrados. Em relação à produção em microdestilarias, verificou-se que a proposta da COOPERBIO está tecnicamente adequada à realidade das UPAs. Do ponto de vista econômico, os subsistemas produtivos ligados às microdestilarias tem sido mais vantajosos que a maioria dos demais subsistemas encontrados nas UPAs. No entanto, constatou-se que as microdestilarias têm sido subutilizadas pelos agricultores. O motivo principal parece residir na inconclusão da implantação do arranjo produtivo proposto e nas consequentes dificuldades de comercialização do etanol, que por sua vez têm acarretado na falta de capital de giro do empreendimento e de agilidade na remuneração dos agricultores. Sanados os desafios, a produção de etanol em microdestilarias conforme a proposta da COOPERBIO parece ter potencial para incrementar a renda, fortalecer a campesinidade de pequenas UPAs e contribuir na diversificação da matriz energética brasileira.