Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Santos, Adílson Nascimento dos |
Orientador(a): |
Miguel, Lovois de Andrade |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/22657
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Resumo: |
A agricultura praticada pelas famílias assentadas, sem políticas de apoio ao desenvolvimento agrícola sustentável, pode se tornar inócua na superação da pobreza, na ocupação da força de trabalho e na produção de alimentos, tornando os assentamentos rurais esvaziados. Mais de um milhão de famílias foram assentadas em todo o Brasil nos últimos 30 anos, 3,3 mil delas somente no município de Ponta Porã, onde está localizado o Assentamento Corona, objeto deste estudo. Que tipo de agricultura praticam as famílias assentadas, será que possibilita a superação da pobreza, a permanência no campo e a contribuição na produção de alimentos para o conjunto da sociedade? Este trabalho tem o objetivo de propor uma resposta a estas questões. A partir do referencial teórico-metodológico da abordagem de sistemas agrários foram empregadas diversas técnicas como leitura de paisagem, pesquisa bibliográfica e documental e entrevistas para caracterizar os recursos naturais e a evolução histórica e diferenciação geográfica da agricultura em Ponta Porã e na região onde está inserido o Assentamento Corona. A seguir, empregando as técnicas de tipologia de unidades de produção agrícola, amostragem dirigida, aplicação de questionários, entrevistas e construção de indicadores foram caracterizados, analisados e comparados os sistemas de produção agrícola praticados pelas famílias assentadas. O município de Ponta Porã está localizado numa região de transição entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica, na fronteira com a República do Paraguai. Ao longo da sua história são divisados quatro sistemas agrários: a agricultura indígena; a agricultura extrativista; a agricultura modernizada e conservadora e atualmente, com a implantação dos assentamentos rurais, possivelmente, o sistema agrário possa ser caracterizado como uma nova forma de agricultura. No Assentamento Corona foram identificados quatro tipos de sistema de produção agrícola praticados pelas famílias: especializado na produção de grãos para o mercado de commodities agrícolas (soja e milho) dominado por multinacionais do setor; especializado na produção de leite para comercialização junto a indústrias de laticínios com atuação de abrangência regional; diversificados, que combinam produção de grãos commoditizados e outras lavouras anuais com cultivos permanentes e vários sistemas de criação (especialmente pecuária bovina) e sistemas extensivos que praticam uma agricultura voltada para a subsistência e exploram diretamente uma parte do lote e arrendam o restante para os vizinhos. Os indicadores econômicos baseados no ano agrícola de 2007/08 demonstraram que os quatro sistemas de produção agrícola praticados no assentamento possibilitam às famílias continuar vivendo na e da agricultura. Diante dos cenários futuros a agricultura especializada em grãos poderá colocar em risco a continuidade das famílias, pois o grau de endividamento, a dependência de arrendamentos e da compra de insumos e a necessidade de crédito poderão inviabilizar a atividade e levar à perda dos meios de produção e da terra. Os agricultores que praticam os demais sistemas de produção possuem menor grau de endividamento, por isso poderão reorganizar a atividade produtiva e se adaptar à possíveis mudanças desfavoráveis aos sistemas de cultivo e de criação que praticam. |