Efeitos de diferentes estratégias de exercício físico sobre a aptidão física de crianças e adolescentes : uma revisão sistemática e meta-análise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pinho, Carolina Dertzbocher Feil
Orientador(a): Cunha, Giovani dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259336
Resumo: Introdução: A aptidão física tem sido considerada um importante indicador de saúde. Diversos fatores podem impactar no aumento de aptidão física, entre eles: idade cronológica, sexo e índice de massa corporal (IMC), além das variáveis de treinamento como frequência semanal, duração da sessão e da intervenção e os tipos de exercícios realizados. O objetivo foi realizar uma revisão sistemática da literatura com meta-análise e identificar a efetividade de diferentes estratégias de exercício físico sobre a aptidão física de crianças e adolescentes de ambos os sexos e com diferentes padrões de IMC. Métodos: A revisão sistemática e meta-análise foi conduzida de acordo com as recomendações Cochrane e devidamente registrada na plataforma PROSPERO. Três avaliadores revisaram sistematicamente as plataformas PubMed, Cochrane Library, Embase e Scopus. Os artigos foram selecionados de acordo com os seguintes critérios: crianças e adolescentes entre 7-17 anos que realizassem todos os tipos de exercício físico estruturado; grupo controle sem exercício como comparador; e realizar uma intervenção que avaliasse a aptidão física no âmbito da força ou potência muscular, aptidão cardiorrespiratória (APCR) ou velocidade de corrida. Três autores independentes realizaram a seleção dos estudos, a extração dos dados e a análise do risco de viés que foi classificado em baixa, média ou alta qualidade. Resultados: Foram incluídos 80 estudos que analisaram crianças e adolescentes de ambos os sexos e diferentes padrões de IMC, apresentando um total de 5769 participantes. No grupo exercício, 2894 sujeitos realizaram exercício de força, aeróbico (caminhada/corrida/ciclo ergômetro), high intensity interval training (HIIT) ou esportes e foram comparados com 2875 sujeitos do grupo controle que não praticavam exercício físico. A prática de exercício físico impacta nos ganhos de força muscular (ES: 0.967; CI: 0.635, 1.299). Sessões de longa duração (>60 minutos) parecem ser adequadas para aumentar a força muscular. Os exercícios de força (ES: 1.073; CI: 0.612, 1.533; p<0.001), combinado (ES: 1.054; CI: 0.255, 1.853; p=0.010) e esportes (ES: 0.573; CI: 0.015, 1.132; p=0.044) demonstraram ser os mais efetivos para crianças e adolescentes de ambos os sexos aumentarem a força muscular. A prática de exercício físico com atividades aeróbicas (ES: 0.514; CI: 0.220, 0.808; p<0.001), esportivas (ES: 0.271; CI: 0.146, 0.394; p<0.001) ou HIIT (ES: 0.668; CI: 0.333, 1.003; p<0.001) resultam em aumento na APCR (ES: 0.400; CI: 0.258, 0.542; p>0.001) em sujeitos de ambos os sexos (ES: 0.395; CI: 0.222, 0.567; p<0.001). Sujeitos com menor IMC (ES: 0.048; CI: 0.016, 0.081; p=0.004) apresentam maiores ganhos cardiorrespiratórios. A prática de exercício físico impacta no aumento da potência muscular (ES: 0.241; CI: 0.053, 0.429; p=0.012) em sujeitos de ambos os sexos (ES: 0.292; CI: 0.050, 0.535; p=0.018). A prática de exercício físico impacta nos ganhos de MAS (ES: 0.488; CI: 0.050, 0.926; p=0.029). O treinamento de HIIT parece influenciar nesses ganhos (ES: 0.488; CI: 0.050, 0.926; p=0.029). Quanto maior a idade (ES: 0.118; CI: 0.003, 0.232; p=0.044) e maior o IMC (ES: 0.172; CI: 0.052, 0.292; p=0.005), maior a magnitude de ganho de velocidade. Conclusão: Conclui-se que a prática de exercício físico é capaz de melhorar a aptidão física de crianças e adolescentes, devendo levar em conta no momento da prescrição do exercício, o sexo e o IMC dos sujeitos, além do tipo de exercício realizado (atividades aeróbicas, exclusivas de força, HIIT ou esportes) para melhorar componentes da aptidão física (força, APCR, potência e velocidade).