A desarticulação setorial e social no Brasil e o modelo de ajuste estrutural : uma interpretação kaleckiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Milani, Ana Maria Rita
Orientador(a): Fonseca, Pedro Cezar Dutra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/27161
Resumo: Este trabalho tem por objetivo estudar como as mudanças de ajuste estrutural implementadas na década de 1990 no Brasil aprofundaram sua desarticulação setorial e social. Entende-se por desarticulação o descompasso entre o aumento das atividades setoriais da economia e a demanda dos possuidores de salários. Socialmente, pode-se defini-la como a desorganização entre queda de salários e o aumento do desemprego; e setorialmente, refere-se à ausência de equilíbrio entre os departamentos de produção do país. Para levar adiante esta tarefa, tenta-se mostrar a relação existente entre produtividade, investimentos, salários, demanda efetiva e desempenho do PIB, utilizando-se o arcabouço teórico de demanda efetiva de Kalecki. Será de grande importância considerar a distribuição da renda e sua relação com o conceito de desarticulação social. Verificou-se a existência de uma tendência ao aprofundamento da desarticulação em dois aspectos: a) no social, o crescimento dos salários ficou muito abaixo do referente à produtividade; e b) no plano setorial, a desarticulação apresenta descompasso entre o crescimento dos departamentos. O que resultou no aumento na produção de commodities e uma queda na participação da indústria tradicional de aproximadamente 5%, enquanto as indústrias de maior conteúdo tecnológico apresentaram uma queda que girou em torno de 6%. Para Kalecki, DI (departamento de bens de investimento) comanda o processo de acumulação na economia. Nesse sentido, sendo o setor de commodities o que se apresentou mais dinâmico na década de 1990, na economia brasileira, isso explicaria, em boa parte, o pífio crescimento do investimento e do DI. Dessa forma, conclui-se que o novo modelo de desenvolvimento sustentado nas ideias neoliberais não possibilitou que a economia adentrasse pelo o caminho da articulação entre a esfera produtiva e de circulação.