Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Cunha, Ana Carla de Araujo da |
Orientador(a): |
Matte, Ursula da Silveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/189103
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Resumo: |
Introdução: O estresse na vida adulta está associado ao desenvolvimento de ansiedade e preferência por alimento do tipo “comfort-food” (alimento rico em gordura e/ou açúcar). É proposto que o consumo desse tipo de alimento seja capaz de inibir os sintomas de ansiedade via eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) reduzindo os níveis de corticosterona, sendo utilizado como “automedicação”. No entanto, os efeitos a longo prazo do trauma no início da vida sobre estes desfechos de consumo alimentar e comportamentais são menos conhecidos. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi verificar se uma dieta “comfort-food” é capaz de modificar o comportamento e desfechos neurobiológicos em animais submetidos ao trauma precoce. Métodos: A partir do segundo dia de vida, ninhadas de ratos Wistar e suas genitoras foram submetidas à redução de material para confeccionar o ninho (intervenção). Na vida adulta, os animais foram submetidos a uma dieta do tipo “comfort-food”, contendo gordura (34%) e açúcar (20%). O ganho peso dos animais e o consumo alimentar foi acompanhado semanalmente. A ansiedade foi mensurada usando o teste de labirinto em cruz elevado.A resposta neuroendócrina a 20 minutos de estresse por contenção foi verificada pela mensuração dos níveis plasmáticos de corticosterona imediatamente, 20, 40 e 70 minutos após o fim do estresse. Níveis de leptina, HDL, colesterol total, triglicerídeos, T3, T4 e glicose foram avaliados no plasma. Além disso, os níveis de GR (no hipocampo), SOCS-3 e pSTAT3 (no hipotálamo) foram analisados.O percentual de gordura abdominal foi mensurado. Um grupo controle histórico, gerado e mantido nas mesmas condições e mesma Unidade de Experimentação acompanhado previamente à este estudo foi usado para comparação. Este grupo seguiu o mesmo protocolo de trauma neonatal e consumiu dieta padrão do ratário. Resultados: As genitoras do grupo intervenção apresentaram uma menor média de LG comparadas às controles (p=0,020). Os animais ganharam peso de maneira similar ao longo do estudo, antes (p=0,945) e após a exposição a dieta “comfort-food” (p=0,097). Não houve diferenças entre os grupos quanto a preferência alimentar por “comfort-food” (p=0,738). Supreendentemente, o grupo controle quando exposto a dieta “comfort-food” apresentou comportamento do tipo ansioso demonstrado por menor tempo no braço aberto (p=0,011) e menor frequência entrada no braço aberto (p=0,040). No teste de resposta neuroendrócrina ao estresse os grupos expostos a dieta “comfort-food” apresentaram menores níveis de corticosterona ao longo do tempo independente do grupo neonatal (p<0,0001). Não houve diferenças estatisticamente significativas quanto aos níveis de leptina (p=0,588), HDL (p=0,235), colesterol total (p=0,910), triglicerideos (p=0,8393), T3 (p=0,355), T4 (p=0,156) e pSTAT (p=0,142). O grupo intervenção exposto à dieta “comfort-food” apresentou maiores níveis de GR no hipocampo (p=0.004), menores níveis de SOCS-3 no hipotálamo (p=0,035) e maior acúmulo de gordura abdominal (p=0,017). Conclusão: O consumo crônico de dieta do tipo “comfort –food” é capaz de reduzir os níveis hormonais de corticosterona independente da história neonatal de trauma vivenciada. Cronicamente a exposição a essa dieta pode induzir a ansiedade em animais sem história prévia de trauma. O menor nível de SOCS-3 no hipotálamo, sem diferença nos níveis de leptina e o acúmulo de gordura abdominal no grupo intervenção sugerem uma possível resistência a leptina. |