Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Figueiredo, Beatriz Ribeiro de |
Orientador(a): |
Tirelli, Flávia Pereira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/245841
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Resumo: |
A bioacústica é um ramo da biologia que investiga a comunicação sonora em diversos grupos de animais. Essa comunicação pode assumir papéis relevantes em diferentes contextos biológicos como: atração de parceiros sexuais, defesa de território, interações em grupo, orientação, procura de alimento e interações interespecíficas. De acordo com a Hipótese da Adaptação Acústica, os animais podem ajustar os sinais acústicos de acordo com o ambiente no qual se encontram, proporcionando maior eficiência na transmissão de informações e, consequentemente, divergências entre as populações isoladas. O quati, Nasua nasua, está distribuído amplamente na América do Sul, comumente associado a ambientes florestais. Destaca-se dentro da família Procyonidae pelas interações sociais complexas e habilidades sociocognitivas. O chirp é o tipo de chamado mais emitido pela espécie, com função de contato e manutenção da coesão do grupo. Apesar de sua ampla distribuição e complexidade social, esta espécie possui poucas informações acerca das particularidades do seu repertório acústico. Deste modo, este projeto tem como objetivo comparar os chirps emitidos por distintas populações da espécie N. nasua no sul de sua distribuição, com o intuito de detectar divergências entre populações, testando a Hipótese da Adaptação Acústica. A dissertação foi realizada em dois biomas, Mata Atlântica e Pampa, no Rio Grande do Sul (Brasil) e Artigas (Uruguai). As vocalizações foram obtidas a partir de armadilhas fotográficas (Bushnell) distribuídas nos biomas. Os áudios foram extraídos dos vídeos e os parâmetros obtidos a partir do software Raven Pro versão 1.5 (Cornell Lab of Ornithology). Os parâmetros temporais e espectrais dos chirps foram organizados em uma tabela, juntamente com as respectivas variáveis ambientais e dados de localização. Posteriormente, foram realizadas análises para verificar se há divergências entre as populações de cada bioma e em cada área e também foram criados modelos lineares entre os parâmetros sonoros dos chirps e variáveis ambientais. Foram encontradas diferenças significativas para todos os parâmetros sonoros em relação aos biomas. As variáveis ambientais que mais influenciaram esses parâmetros foram cobertura vegetal, latitude e velocidade do vento. Encontramos o mesmo padrão descrito na Hipótese da Adaptação Acústica, onde animais em ambientes com vegetação densa costumam vocalizar em frequências mais baixas, por conta da grande atenuação gerada pelas árvores, enquanto que em ambientes abertos as frequências são mais altas, onde esses obstáculos são mais escassos. Com a plasticidade vocal encontrada nos chirps de Nasua nasua, é possível que as populações mais distantes tenham se diferenciado na função de contato e manutenção da coesão do grupo, principalmente como resultado da pressão seletiva das características ambientais atuando sobre a estrutura desses sinais. |