Mulheres e letras : práticas de cultura escrita na Revista Atenéia (Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul, 1949-1972)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Corrêa, Denise Waskow
Orientador(a): Stephanou, Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/193386
Resumo: A dissertação examina a revista Atenéia, produzida pela Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul (ALFRS) entre os anos de 1949 e 1972. Insere-se na perspectiva da História Cultural e da História da Cultura Escrita, em suas contribuições ao campo da História da Educação e, como aporte de reflexão teórica, inspira-se especialmente nos postulados de Roger Chartier. Para estabelecer o contexto de investigação, ocupa-se em historicizar a educação feminina e a produção de periódicos no Brasil, atendo-se, sobremaneira, à imprensa produzida por mulheres entre meados do século XIX e do século XX. A partir da análise da coleção completa da revista, composta por 55 números distribuídos em 48 edições, propõe-se a investigar as intervenções editoriais realizadas pelas acadêmicas com vistas à difusão da cultura literária entre a comunidade de leitura almejada. Investiga aspectos relacionados à materialidade, tanto na capa quanto nas páginas internas, considerando elementos como características do suporte, periodicidade, escolhas tipográficas, ocupação do espaço gráfico e utilização de fotografias e ilustrações. Tais escolhas evidenciam a intenção de produzir uma revista colecionável, que formasse um conjunto harmônico nos seus 23 anos de circulação e remetesse, em suas dimensões físicas, ao formato de um livro. A dissertação examina também a concepção textual do periódico, dividida entre textos literários e de caráter institucional. Com especial atenção a estes últimos, é possível afirmar que o propósito sinalizado no subtítulo do impresso – Órgão de Intercâmbio Cultural e de Defesa dos Interesses da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul – pautou a atuação das acadêmicas enquanto editoras, por meio de seções que favorecessem a troca de correspondências entre intelectuais, o papel institucional da Academia e a difusão da cultura literária, graças a resenhas e divulgação de livros novos. As intervenções editoriais dão a ver um propósito de continuidade e estabilidade, apesar das mudanças perceptíveis nas mais de duas décadas de circulação. Com base nas evidências sugeridas pela publicação, pode-se inferir que as editoras atuaram em uma posição de mediação entre o “mundo do texto” e o “mundo do leitor”, no sentido de promover e ampliar a rede de sociabilidades da ALFRS perante uma comunidade interpretativa com a qual partilhavam interesses e habilidades literárias.