Uso terapêutico de ultrassom abdominal diminui severidade de colite aguda induzida por DSS através da via anti-inflamatória colinérgica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nunes, Natália Schneider
Orientador(a): Paz, Ana Helena da Rosa, Frank, Joseph Alan
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/185996
Resumo: Introdução: Colite Ulcerativa (UC) é uma Doença Inflamatória Intestinal (DII) caracterizada por uma resposta imune exacerbada, com sintomas como diarreia, perda de peso e sangue nas fezes. Apesar dos medicamentos disponíveis, a remissão da doença nem sempre consegue ser alcançada e há a necessidade de terapias alternativas. A colite induzida por DSS (Dextran Sulfate Sodium) é um modelo animal utilizado na investigação de novas terapias por sua semelhança à UC humana. DSS provoca dano à barreira epitelial do cólon, induzindo uma resposta imune exacerbada; entretanto, o exato mecanismo não está totalmente esclarecido. O Ultrassom Terapêutico (TUS) foi utilizado para tratamento de injúria renal em modelo experimental, sua ação se dá através da estimulação do nervo vago (VN) e consequente ativação da via antiinflamatória colinérgica (CAIP). Uma vez que pacientes com DII podem exibir atividade disfuncional do VN, TUS pode ser investigado como terapia alternativa. Objetivos: Investigar temporalmente o perfil clínico, proteômico, histológico e imunológico da colite aguda induzida por DSS; e determinar os efeitos de TUS na colite induzida por DSS. Métodos: No primeiro estudo, a severidade da colite foi avaliada pela administração de DSS 1-3%, observando a resposta clínica e histológica. A análise temporal de DSS 3% incluiu uma avaliação proteômica e histológica do cólon, e a resposta imune celular no baço, linfonodo mesentérico (MLN) e cólon. No segundo estudo, utilizando o modelo de DSS 2%, TUS foi aplicado no abdômen dos animais e foram observados os sintomas clínicos, dano histológico, proteômica do cólon e respostas imunes celulares no baço, MLN e cólon. Animais esplenectomizados ou knockout para a7nAChR (marcador clássico para ativação de CAIP) foram utilizados. Resultados: No primeiro estudo, observou-se que a severidade da doença foi aumentada seguindo concentrações de 1-3% DSS. A análise temporal de DSS 3% demonstrou que os macrófagos (F4/80+) se apresentam como a primeira resposta celular, seguidos por células T CD25+, CD4+ e CD8+. A piora clínica da doença correspondeu ao aumento progressivo de fatores pró-inflamatórios e dano tecidual no cólon, exceto no dia 8. Foram observados menores níveis dos marcadores de células T CD25+, CD4+ e CD8+ no MLN e/ou baço, sugerindo a ocorrência de tropismo destas células para o intestino. No segundo estudo, a aplicação de TUS diminuiu a severidade da doença através da melhora de sintomas clínicos, danos teciduais e encurtamento do cólon. A proteômica do cólon demonstrou uma resposta anti-inflamatória durante a fase de injúria (D0-7), induzindo uma resolução acelerada da doença na fase de recuperação (D8-14). TUS diminuiu os níveis de células T CD8+ e normalizou os níveis de células T CD25+ no cólon. Animais esplenectomizados não demonstraram melhora clínica ou histológica, enquanto animais a7nAChR KO apresentaram piora da colite experimental. Além disso, TUS aumentou os níveis de células F4/80+a7nAChR+ no intestino de animais WT DSS 2%. Conclusão: Nossos resultados demonstram que a severidade da doença depende da concentração de DSS, relacionada com as respostas clínica, proteômica e imune no modelo animal de DSS 3%; e TUS diminuiu a severidade da colite induzida por DSS presumidamente pela da estimulação do VN e consequente ativação de CAIP através do baço.