Avaliação do efeito da disposição de lixiviado de aterro sanitário em estação de tratamento de esgotos : um estudo de caso

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Siqueira, Fernanda Jukoski de
• Orientador(a): Silva, Maria Cristina de Almeida
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Tratamento de lixivia; Tratamento de esgoto doméstico; Estação de tratamento de esgoto; Lagoas de estabilizacao; Propriedades físicas da água; Propriedades químicas da água; Fitoplâncton; Água : Toxicidade
• Palavras-chave em Inglês: Combined treatment; Stabilization ponds; Physical and chemical parameters; Phytoplankton; Ecotoxicological tests
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276506

O presente trabalho teve como objetivo avaliar o sistema combinado de tratamento de esgoto doméstico e lixiviado, por lagoas de estabilização, realizado na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Belém Novo, em Porto Alegre/RS. O lixiviado é oriundo do Aterro Sanitário da Extrema, da mesma cidade, que foi encerrado em 2002. A ETE avaliada possui dois módulos de lagoas em paralelo, em que um recebeu (módulo II – lagoa M10) e o outro não recebeu o lixiviado (módulo I – lagoa M5). Foram avaliados os parâmetros físicos, químicos e biológicos de monitoramento por meio da série histórica de dados, de janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Em relação ao lixiviado, os seus valores médios de DQO de 1306 ± 359,9 mg/L e de N-NH3 356 ± 56,0 mg/L indicam estabilização do Aterro, podendo ser classificado como “velho”. Durante o período avaliado, foram observadas eficiências abaixo do esperado para os parâmetros de DBO, DQO e fósforo. Constatou-se elevada eficiência de remoção para nitrogênio amoniacal, com uma média de 95,7 ± 2,5%. A remoção de Escherichia coli foi compatível com o esperado, conforme literatura. DBO e DQO podem ser considerados estatisticamente diferentes para um nível de confiança de 95% (p-valor < 0,05) nos dois módulos de lagoas. A comunidade fitoplanctônica das lagoas foi composta por 46 táxons distribuídos em quatro classes taxonômicas, sendo 6 pertencentes ao grupo Cianobactérias (13%), 22 ao grupo das Algas verdes (48%), 4 ao grupo Diatomáceas (9%) e 14 ao grupo Fitoflagelados (30%). O gênero Merismopedia, referente ao grupo das cianobactérias, teve frequência constante nas lagoas. Para o grupo de algas verdes, os gêneros constantes foram Scenedesmus, Monoraphidium, Desmodesmus, Dictyosphaerium, Micractinium. Para o grupo de fitoflagelados, o gênero constante foi Pteromonas. Entretanto, para o grupo de diatomáceas, nenhum gênero foi classificado como constante, mas o gênero Cyclotella foi comum nas duas lagoas. Em relação aos ensaios ecotoxicológicos, não foi detectada toxicidade para as amostras avaliadas provenientes dos dois módulos (com e sem lixiviado), bem como para o efluente final da ETE no período estudado. Desta forma, constata-se que a inserção de lixiviado impactou a qualidade do efluente final das lagoas, o que pode ser decorrente das suas características, bem como da quantidade percentual inserida no tratamento, que em média foi de 2,7 ± 0,4%.