Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santos, Valdineia Ferreira dos |
Orientador(a): |
Muller, Karla Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/280743
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Resumo: |
Esta pesquisa enfrenta o desafio de investigar as relações entre o jornal impresso local, as representações sociais e gênero, com objetivo de compreender como a mulher é representada e como o discurso jornalístico participa da construção dessas representações. Para tanto, foi constituído um corpus de unidades discursivas a partir dos jornais Expressão Notícias e Correio Cacerense, ambos produzidos no município de Cáceres/Mato Grosso. Foram analisadas 38 notícias entre os períodos de março de 2019 e março de 2021. Para dar conta da proposta, utilizamos a Semântica do Acontecimento (Guimarães, 2002; 2005) como referencial teórico-metodológico. A sustentação teórica foi estruturada em três eixos: jornalismo, representação social e gênero. O jornalismo é considerado sob a ótica construcionista (Traquina, 2001), (Alsina, 2009), entendendo-o como um dos atores responsáveis por transformar os fatos em acontecimentos e, assim, reforçar ou questionar normas sociais; e como prática discursiva (Benetti, 2008) para fundamentá-lo como lugar de produção e circulação de sentidos. Recorremos aos conceitos de Müller (2004) e Dornelles (2006, 2010, 2012) para refletir sobre as características dos jornais impressos interioranos. Para abordar o conceito de representação social e a relação com a cultura, recorremos aos estudos de Moscovici (2007), Jodelet (2001), Hall (1999; 2005; 2016), entre outros. Por fim, para entender o conceito de gênero, enquanto construção social, nos filiamos aos estudos de Bourdieu (2012), Muraro (2002) e Scott (1990). A pesquisa revelou que, embora os jornais analisados reconheçam tanto as adversidades enfrentadas pelas mulheres, quanto suas conquistas, o que prevalece é a predominância da representação social da mulher como vítima de violência. O discurso jornalístico é atravessado por uma base patriarcal que enfatiza a vulnerabilidade feminina. Essa dualidade nos discursos dos dois jornais destaca um desafio central do jornalismo contemporâneo: equilibrar a representação das realidades, muitas vezes duras, enfrentadas pelas mulheres com a promoção de discursos que fortaleçam a imagem de mulheres autônomas, empoderadas e agentes ativas de mudança. |