Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Ascari, Rosana Amora |
Orientador(a): |
Lautert, Liana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/158920
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Resumo: |
Introdução: o trabalho do policial é complexo e permeado de estresse que, quando associado a hábitos de vida nocivos, aumenta o risco de danos cardiocirculatórios. A crescente onda de violência urbana e o frequente confronto com vândalos expõem os policiais a maior risco de estresse e morte. Objetivo: este estudo tem como objetivo analisar o efeito de uma intervenção educativa de enfermagem (IEE) nos índices da variabilidade da frequência cardíaca em policiais de um Batalhão Militar de Santa Catarina. Método: trata-se de um estudo experimental do tipo antes e depois com um único grupo de abordagem quantitativa com 38 policiais militares do sexo masculino no período de fevereiro a junho de 2016. As variáveis independentes foram compostas por qualidade de vida e estratégias de coping que foram coletadas por meio das escalas de avaliação da qualidade de vida (WHOQOL-Bref) e da escala para avaliar as estratégias de enfrentamento (Coping). Considerou-se variável dependente a variabilidade da frequência cardíaca (VFC). A mensuração da VFC deu-se por meio de método linear, no domínio de tempo e frequência durante quinze minutos. O estresse foi mensurado por meio da variação da concentração de cortisol salivar, com amostras de saliva coletadas individualmente em três horários: ao acordar, 30 minutos após acordar e antes de dormir. Essas medidas foram realizadas no início e ao término das sessões de intervenção educativa. O programa Statistical Package for the Social Sciences foi utilizado para as análises estatísticas descritivas. Os dados foram analisados por meio de medidas de tendência central. A normalidade da distribuição foi analisada pelos testes de Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov. Para comparar as variáveis antes e após a intervenção educativa, usou-se o teste t-Student para amostras pareadas; em caso de assimetria, o teste de Wilcoxon. Para avaliar a associação das variáveis contínuas e ordinais com as variáveis de desfecho após a intervenção, foi aplicado o coeficiente de correlação de Spearman. Foram considerados significativos os dados com valor de p bicaudal menor ou igual a 0,05. Resultados: os policiais militares apresentavam idade média de 30,4 anos (±5,6), trabalhavam há quatro anos na instituição, e 34,2% apresentaram problemas de saúde. Os valores médios de pressão arterial se encontravam dentro da normalidade (123 mmHg x 80,1mmHg), entretanto o Índice de Massa Corporal indica sobrepeso (25,5±2,7 Kg/m²) e o Índice de Adiposidade Cutânea mostra 17,95% de gordura acima da média. Em relação à qualidade de vida, os domínios Físico (p=0,002), Meio Ambiente (p=0,039) e Percepção Global de Qualidade de Vida (PGQV) (p=0,002) do WHOQOL-Bref apresentaram medias superiores após a IEE, enquanto a estratégia de coping reduziu (p=0,042). Houve diferenças nas medianas de cortisol após a IEE. Aumentou ao acordar (p= <0,001), indicando melhora do sono; reduziu antes de dormir (p=0,047), como é esperado; na área abaixo da curva (p=0,007), que representa o cortisol total do período, e na resposta de cortisol ao acordar, indicando a expectativa de que o dia está sob mais controle; aumentou também a inclinação da reta (p<0,001), indicando diminuição dos valores de cortisol ao longo do dia. Na variabilidade da frequência cardíaca, a relação Low Frequency/High Frequency (LF/HF) reduziu (p=0,002), podendo indicar maior atividade parassimpática com balanço simpato-vagal sobre o coração. A concentração do cortisol à noite foi associada positivamente ao domínio Psicológico (0,402) e à Percepção Global de Qualidade de Vida (PGQV) (0,382) da escala WHOQOL-Bref. A área abaixo da curva (AUC) do cortisol teve relação estatística com o domínio Psicológico (0,330). A inclinação da reta de cortisol associou-se positivamente com a PGQV (0,411), enquanto a Resposta de Cortisol ao acordar teve associação positiva com a frequência cardíaca LF/HF (0,361). E ainda se observou melhora das médias na escala de alimentação após a intervenção (p<0,001), demonstrando melhora global nos hábitos alimentares. Conclusão: a intervenção educativa de enfermagem obteve efeito benéfico sobre a saúde dos policiais, com melhora em todos os domínios de qualidade de vida, com menor utilização das estratégias nocivas de enfrentamento Fuga-Esquiva, Afastamento e Confronto, além da melhora dos hábitos alimentares, repercutindo no aumento da variabilidade da frequência cardíaca e na redução da concentração de cortisol salivar. Tais intervenções/medidas podem ser úteis na prevenção de adoecimento por doenças cardiocirculatórias decorrentes de respostas fisiológicas ao estresse. |