Sexualidade do adolescente que vive com HIV/AIDS : contribuições para a visibilidade da educação em saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Sehnem, Graciela Dutra
Orientador(a): Pedro, Eva Néri Rubim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/103308
Resumo: Este estudo teve como objetivos: analisar as experiências de adolescentes que vivem com HIV/aids acerca da sexualidade e as implicações para a educação em saúde e conhecer as perspectivas dos profissionais da saúde em relação às experiências de sexualidade dos adolescentes que vivem com HIV/aids e as implicações para a educação em saúde. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo exploratória e descritiva. A investigação teve como cenário o Serviço de Assistência Especializada em HIV/aids do Município de Uruguaiana/RS e foi realizada junto a 15 adolescentes que vivem com HIV/aids e nove profissionais da saúde, no período entre julho e novembro de 2013. Para a coleta das informações junto aos adolescentes foi empregada a entrevista semiestruturada e com os profissionais da saúde foi utilizada a técnica do grupo focal. Para a análise das informações adotou-se a análise temática e os resultados estão organizados em cinco categorias temáticas e em subcategorias. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRGS sob o número 295.045. A análise evidenciou, segundo os adolescentes, que o processo de adolescer com HIV/aids é marcado por muitas mudanças e por sentimentos e vivências relacionados ao diagnóstico do HIV/aids. As relações familiares desses sujeitos apresentaram-se fragilizadas. As suas percepções de saúde ora foram amplas e sociais, ora reducionistas. A sexualidade foi permeada de significações por eles e suas experiências revelaram-se por meio do ficar, do namorar, das relações sexuais e das perspectivas de projetos de vida. As informações relativas à sexualidade, para os adolescentes, advêm dos amigos ou de algum membro da família e do acesso a fontes midiáticas. O diálogo sobre sexualidade no meio familiar se constituiu um tabu e, quando abordado, a figura da mãe e a prevenção eram evidentes. A escola e o serviço de saúde foram assinalados como espaços de socialização de informações biológicas acerca da sexualidade. O aprendizado da sexualidade decorreu, especialmente, das múltiplas experiências vivenciadas pelos adolescentes. Para os profissionais da saúde, a sexualidade perpassava uma variedade de significações e era mantida velada no cotidiano do cuidado em saúde. A educação em saúde voltada para adolescentes que vivem com HIV/aids ainda é mantida na invisibilidade do cuidado. Há um distanciamento significativo entre os dizeres e os fazeres dos profissionais da saúde em relação à educação em saúde. As abordagens individuais ou grupais foram entendidas como interessantes, desde que ocorram a partir de uma perspectiva dialógica, e as atividades lúdicas foram consideradas potentes para a construção do saber acerca da sexualidade. Considera-se que o encontro dialógico para a educação em saúde, entre profissionais e adolescentes que vivem com HIV/aids, precisa alicerçar-se nas experiências relacionadas à sexualidade por estes vivenciadas e na criação e manutenção de um vínculo, desenvolvido por meio de estratégias criativas, por uma vontade política e pela sensibilização dos envolvidos. Com isso, a enfermagem, como integrante da equipe de saúde, precisa desencadear propostas educativas pautadas na ciência e na arte do fazer, escutar, criar e ousar em uma educação em saúde voltada a esse público.