Dispersão na últimafronteira : a biogeografia deilhas em escala interplanetária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fiedler, Maico Stochero
Orientador(a): Mendonça Junior, Milton de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212832
Resumo: A dispersão é um evento que afeta processos ecológicos e evolutivos. Um desses processos ecológicos é a teoria de biogeografia de ilhas, que prediz através de taxas de colonização/dispersão (isolamento da ilha) e extinção (área da ilha) o número de espécies em ilhas. Adicionando a escala temporal, introduzimos um terceiro parâmetro, a especiação, que ocorre principalmente em ilhas pouco conectadas, acarretando no alto número de espécies endêmicas. A astrobiologia busca entender como a vida surge, evolui e se distribui pelo Cosmos. Dentre suas investigações, a litopanspermia defende a ideia da dispersão de vida (aqui adotamos o termo dispersão para transferência de propágulos entre corpos planetários) de um corpo planetário a outro a bordo de rochas ejetadas por impacto de meteoro ou asteroide. Experimentos demonstram que a litopanspermia é uma hipótese viável, com extremófilos sendo capazes de sobreviver a processo similares a ejeção, trânsito entre planetas e reentrada na atmosfera. Recentemente sugeriu-se que dispersão interplanetária possa ser uma expansão da biogeografia de ilhas de MacArthur e Wilson, com planetas atuando como ilhas conectadas em uma matriz de espaço interplanetário. Contudo, tal ideia não sofreu maiores aprofundamentos teóricos sobre como a biogeografia se comporta em sistemas planetários. Na presente dissertação demonstramos como a teoria de MacArthur e Wilson, e suas atualizações, como Whittaker et al, podem ser expandidas para o espaço, com seus processos e dinâmicas conceitualmente explicados para uma nova escala. A biogeografia de ilhas interplanetária pode se comportar como em sistemas de ilhas colonizadas por long-distance dispersal, com raros mas importantes eventos dispersivos, podendo gerar biotas altamente endêmicas em cada corpo planetário. Ademais, as condições abióticas dos planetas, tanto de origem quanto de destino do propágulo, podem ser também decisivas para a efetiva colonização, já que planetas 8 diferentes podem apresentar condições muito dissimilares (e.g. incidência de radiação, temperatura, composição atmosférica) que impossibilitam o estabelecimento de propágulos recém chegados. Futuros estudos envolvendo simulações do tempo de trânsito, número de rochas ejetadas e a probabilidade de sobrevivência dos propágulos durante a dispersão, bem como conhecer as condições ambientais dos planetas envolvidos nos ajudariam a compreender melhor as possibilidades da litopanspermia. Esse pode ser um campo fértil de pesquisas onde biólogos, incluindo ecólogos, podem se inserir.