Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Scheffler, Ana Paula |
Orientador(a): |
Lopes, Rita de Cassia Sobreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/274791
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Resumo: |
Considerando princípios como equidade, universalidade e integralidade, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um conjunto de diretrizes em saúde de abrangência nacional que visa a promoção, proteção e recuperação em saúde, em diferentes níveis de atenção e atuação. Dentro deles, a Atenção Básica, enquanto porta de entrada, atua diretamente nos territórios e abrange a maior parcela de atendimentos da população em caráter continuado, inclusive com diversas ações direcionadas à primeira infância. Assim, desde a primeira semana de vida, os bebês são acompanhados por equipes multiprofissionais dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBS), e com particularidades a serem construídas e consideradas em cada território. Diante disso, a atuação torna-se um desafio para os profissionais tendo em vista a atenção integral à saúde a partir da diversidade local, estrutura de trabalho e das diretrizes existentes. Assim, o presente estudo buscou analisar a atenção à saúde do bebê refletida através das experiências e desafios de profissionais da Atenção Básica nos atendimentos e nas campanhas em saúde voltados aos bebês e seus cuidadores no município de Gramado/RS. Trata-se de um estudo qualitativo exploratório, envolvendo entrevistas realizadas com 12 profissionais de saúde de três UBS. Os dados foram analisados através da análise temática indutiva, a partir da qual chegou-se a quatro eixos de análise: experiências e desafios do trabalho com bebês nos atendimentos e campanhas em saúde; o trabalho multiprofissional e os desafios para integralidade; desafios para escuta do bebê; e desafios diante de medo e da (ausente) formação. Identificou-se que o município se organiza com um programa multiprofissional de puericultura intitulado “Bebê + Saúde”, todavia carece de ações integradas entre os profissionais, como reuniões de equipe e discussão de casos, limitando uma atuação que considere a integralidade em saúde. Uma das razões seria em decorrência da maioria das UBS do município não contarem com Equipes de Saúde da Família. Sobre as campanhas, os profissionais enfatizaram duas direcionadas aos bebês: as de imunização e o Amamenta Gramado. Contudo, novamente falou-se em dificuldades para o desenvolvimento de um trabalho integrado e contínuo. Além disso, os profissionais abordaram os desafios frente à escuta de bebês, uma vez que não falam, e da relação com os cuidadores, percebidos enquanto tradutores destes bebês. Nesse sentido, trouxeram a importância do vínculo e da escuta qualificada como possibilidades de enfrentamento desses desafios. Ademais, abordaram sentimentos de ambivalência ao trabalhar com bebês, no sentido de medo e insegurança, principalmente frente à ausência de formação, mas também satisfação e possibilidade de atuar na prevenção. A psicologia foi evidenciada enquanto apoio para os cuidadores, mas especialmente aos profissionais, podendo contribuir, inclusive, na formação destes. O presente trabalho enfatizou a importância da escuta desses profissionais, a fim de promover espaços que oportunizem reflexões sobre as suas experiências e seus desafios. Assim, reforçamos a potência das políticas em saúde da criança já existentes, mas com necessidade de aprofundamento a respeito da implementação através das práticas dos profissionais dentro da AB em seus territórios. |